Um dos maiores sucessos do autor Manoel Carlos, Mulheres Apaixonadas (2003) mal se despediu do Vale a Pena Ver de Novo e já ganhou uma nova chance da Globo. A trama, estrelada por nomes como Christiane Torloni e Carolina Dieckmann, será uma das novidades de fevereiro do Globoplay.

Carolina Dieckmann como Edwiges em Mulheres Apaixonadas
Carolina Dieckmann como Edwiges em Mulheres Apaixonadas (divulgação/Globo)

A novela integra o Projeto Originalidade, no qual o Globoplay disponibiliza a trama original, da maneira como foi exibida em 2003. Atualmente, a plataforma dispõe apenas da versão editada, que foi ao ar no Vale a Pena Ver de Novo.

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Clássico de Maneco

 

Para muitos fãs, Mulheres Apaixonadas foi a última grande novela do autor Manoel Carlos. O novelista vinha do êxito Laços de Família (2000) e conseguiu resultados ainda melhores com a história de sua nova Helena, desta vez interpretada por Christiane Torloni.

Na trama, Helena é uma diretora de escola que vive uma crise no casamento com Téo (Tony Ramos). A situação fica mais crítica quando ela reencontra César (José Mayer), seu grande amor do passado. Enquanto isso, Téo esconde da esposa que teve um caso com uma prostituta, Fernanda (Vanessa Gerbelli), com quem teve um filho, que foi adotado por Helena sem ela saber de nada.

A protagonista é irmã de Heloísa (Giulia Gam), que alimenta um ciúme doentio do marido Sérgio (Marcello Antony); e de Hilda (Maria Padilha), que tem sua pacata vida transformada após a descoberta de uma grave doença.

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“Multiprotagonismo”

Dan Stulbach (Marcos) e Regiane Alves (Clara) em Mulheres Apaixonadas
Dan Stulbach (Marcos) e Regiane Alves (Clara) em Mulheres Apaixonadas (divulgação/Globo)

Exibida entre 17 de fevereiro e 10 de outubro de 2003, Mulheres Apaixonadas chamou a atenção do público pela enorme quantidade de histórias contadas ao longo da trama. O autor Manoel Carlos abriu mão de ter uma heroína absoluta e apostou no “multiprotagonismo”, construindo um painel de mulheres que se revezavam no centro do enredo.

Com isso, Maneco apresentou personagens como Rachel (Helena Ranaldi), que sofria de violência doméstica; Santana (Vera Holtz), que tinha problemas com álcool; Dóris (Regiane Alves) que maltratava os avós; ou ainda Silvia (Natália do Vale), que driblava o tédio no casamento ao sassaricar com o taxista Caetano (Paulo Coronato).

O formato deu certo e Mulheres Apaixonadas envolveu o público em 2003. A trama apresentou uma profusão de temas polêmicos que renderam amplos debates. A novela, inclusive, contribuiu para a criação do Estatuto do Idoso, uma política pública determinada a garantir o bem-estar dos idosos.

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Grande sucesso

Giulia Gam, Christiane Torloni e Maria Padilha em Mulheres Apaixonadas
Giulia Gam, Christiane Torloni e Maria Padilha em Mulheres Apaixonadas (divulgação/Globo)

Mulheres Apaixonadas fez tanto sucesso que teve direito a vários repetecos. A primeira reprise aconteceu no Vale a Pena Ver de Novo entre 2008 e 2009, na qual repetiu o êxito original. Já em 2020, a trama voltou ao ar no canal Viva, também com sucesso.

Diante disso, a Globo apostou numa nova reprise de Mulheres Apaixonadas para tentar manter o sucesso de O Rei do Gado (1996) no Vale a Pena Ver de Novo. No entanto, desta vez, o êxito não foi tão grande e o resultado foi apenas mediano.

A partir do dia 19 de fevereiro, Mulheres Apaixonadas será relançada no Globoplay pelo Projeto Originalidade. Na ação, a plataforma substitui a atual versão da trama, que é a versão editada do Vale a Pena Ver de Novo, pela trama original, com seus 203 capítulos e abertura e vinhetas originais.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor