Globo bate o martelo e decide reprisar mais uma novela de Gilberto Braga

Cláudia Abreu em Celebridade

Cláudia Abreu em Celebridade

Colocado de lado pela Globo em seus últimos anos de vida, após o fracasso de Babilônia (2015), Gilberto Braga terá mais uma trama reprisada por um canal do grupo.

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Celebridade, novela exibida entre outubro de 2003 e junho de 2004, substituirá Viver a Vida (2009) no canal Viva a partir de março de 2025. A informação foi divulgada pelo jornalista Vitor Peccoli no Twitter.

A trama sempre foi uma das mais pedidas pelo público que acompanha o canal. Apesar de estar disponível no Globoplay desde junho de 2022, Celebridade foi reprisada pela Globo apenas uma vez, entre dezembro de 2017 e junho de 2018, sem alcançar os resultados de audiência esperados.

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Sucesso

Substituta de Mulheres Apaixonadas (2003) na Globo, Celebridade estreou em 13 de outubro de 2003 e manteve a boa fase das produções das nove da emissora na época – então ainda chamada de “novela das oito”.

A trama contava a história de Maria Clara Diniz (Malu Mader), uma produtora musical que ficou famosa como modelo e musa inspiradora de uma canção de sucesso internacional.

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Rica e poderosa, Maria Clara contrata Laura (Claudia Abreu) como sua assistente. A jovem finge ser a maior fã da produtora, mas, na verdade, ela se aproxima de Maria Clara para colocar em prática um plano de vingança. Seu objetivo é tomar tudo o que a ex-modelo conquistou.

O motivo para o ódio de Laura é revelado no decorrer da trama. A vilã, na verdade, é filha da verdadeira inspiradora da canção Musa do Verão. A mocinha acreditava que a canção havia sido composta por um ex-namorado, mas, na verdade, ele a roubou de Ubaldo (Gracindo Jr), que compôs a música para a mãe de Laura.

A novela fez um enorme sucesso entre 2003 e 2004. Laura Prudente da Costa se tornou uma das vilãs mais antológicas já criadas por Gilberto Braga, e a novela também divertiu o público com as armações de Darlene (Deborah Secco) e Jaqueline (Juliana Paes), que faziam de tudo para ficar famosas. A trama teve média de 46 pontos de audiência.

Fim de parceria

Gilberto Braga e Malu Mader

Curiosamente, Malu Mader nunca mais trabalhou com Gilberto Braga após Celebridade, mesmo sendo uma das atrizes preferidas do novelista. O autor ficou magoado com uma atitude da atriz durante a produção.

De acordo com Gilberto Braga – O Balzac da Globo, biografia de Gilberto Braga escrita por Mauricio Stycer e Artur Xexéo, a relação entre a atriz e o autor se desgastou durante a novela.

Isso porque Malu teria ficado incomodada com os rumos de sua personagem e costumava ligar para Gilberto tarde da noite sugerindo mudanças. E o autor, cansado, aceitava as sugestões da atriz. Assim, no dia seguinte, Malu aparecia no estúdio com novas cenas e as entregava a Marcos Palmeira, que vivia Fernando, seu par romântico.

Segundo a publicação, a atitude da atriz gerou desconforto nos bastidores da novela. Marcos Palmeira, inclusive, teria chegado a perguntar ao diretor se ele devia seguir as orientações dele ou da atriz.

Depois disso, Gilberto Braga nunca mais convidou Malu Mader para uma novela dele. No entanto, o livro ressalta que a atriz e o autor continuaram amigos.

Último pedido

A volta de Celebridade acontece num momento de valorização da obra de Gilberto Braga por parte da Globo. Paraíso Tropical (2007) foi reprisada no ano passado no Vale a Pena Ver de Novo e Corpo a Corpo (1985).

Isso ocorre pouco depois de a emissora negar o último pedido do autor. O novelista sonhava em emplacar mais um trabalho no canal, já que não queria ser lembrado pelo fiasco de sua última novela, Babilônia, escrita com Ricardo Linhares e João Ximenes Braga.

O autor escreveu uma minissérie sobre Elis Regina, que não avançou por conta do filme de Hugo Prata. Depois, ele apostou Intolerância, nova versão de Brilhante (1981) para a faixa das onze, mas a trama foi engavetada. Por fim, Giba escreveu Feira das Vaidades para a faixa das seis, mas a novela foi cancelada por causa da pandemia da Covid-19.

“Não ouso dizer que antecipasse sua morte, mas naquele dia [Gilberto Braga] me disse textualmente que não queria encerrar sua carreira com um fracasso e queria voltar a trabalhar logo para recuperar seu prestígio. […] Mas superar esse fracasso era importante para ele”, revelou João Ximenes Braga em entrevista a Cristina Padiglione.

Braga morreu em 26 de outubro de 2021, aos 75 anos, por complicações decorrentes do Mal de Alzheimer e uma infecção sistêmica decorrente de uma perfuração no esôfago.

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