A Globo anunciou, nesta quarta-feira (24), um novo horário vespertino para reprises de novelas, após o Jornal Hoje (além do tradicional Vale a Pena Ver de Novo, no meio da tarde).

Em 6 de dezembro, volta O Cravo e a Rosa, originalmente exibida entre 2000 e 2001, reprisada duas vezes no Vale a Pena (em 2003 e em 2013) e uma vez no canal Viva (em 2019).

Eduardo Moscovis e Adriana Esteves em O Cravo e a Rosa

Já aguardada, ventilada anteriormente, a notícia de um novo horário vespertino de reprises surge em momento festivo: em dezembro, comemoram-se os 70 anos da telenovela brasileira (a primeira, Sua Vida Me Pertence, estreou em dezembro de 1951). Mas isso é apenas um pretexto.

Há tempos, a Globo não sabe o que fazer com o horário pós Jornal Hoje, que constantemente perde para um quadro de fofocas da Record TV, a Hora da Venenosa, dentro do Balanço Geral, que, entre outros estragos para a Vênus Platinada, foi um dos responsáveis pelo fim do Vídeo Show.

Balanço Geral

A ideia é que, as novelas de grande apelo popular, de reprises anteriores de sucesso (já testadas) – além da possibilidade de ameaça à concorrência -, sejam um bom impulso para as tardes, no caso, para a Sessão da Tarde seguida do Vale a Pena Ver de Novo (atualmente exibindo O Clone, outra reprise de sucesso do passado).

Honestamente, o filme da tarde precisará ser muito bom para segurar a audiência que a novela anterior supostamente conquistar.

Lembrando que, com o fim da atual reprise de Malhação, e a extinção da “novelinha teen”, o Vale a Pena será empurrado – passando a ser exibido antes da novela das seis, ocupando assim o lugar da Malhação.

Outra novidade nesta nova configuração é a exclusividade por novelas do horário das nove para o Vale a Pena, o que é bem-vindo, visto que o leque de títulos, desde a década de 2000, é vasto – novelas nunca reprisadas por uma série de fatores, mas principalmente por impedimentos quanto à classificação indicativa. Editores de novela terão ainda mais trabalho do que o normal.

Sim, a pandemia trouxe uma avalanche de reprises na TV aberta. E, pelo visto, frente os bons resultados, a Globo não abrirá mão de seu vasto acervo, mesmo com o retorno das gravações das novelas inéditas – haja vista o tanto de títulos que são mensalmente levantados no Viva, no Globoplay e mesmo na TV aberta.

Afinal, a teledramaturgia é um dos principais produtos da casa. Ninguém nega que as novelas da Globo contribuíram muito para torná-la a gigante que é hoje. Ainda são relevantes e representam um forte chamariz. Antigas ou novas.

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Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira. Leia todos os textos do autor