Em outubro do ano passado, o TV História noticiou, com exclusividade, que a Globo estava preparando o lançamento de sua nova marca e iria aposentar o logo em 3D que, por muitos anos, encantou o público em suas vinhetas marcantes, criação de Hans Donner.

A novidade foi confirmada pela emissora, mas a implantação acabou demorando um pouco mais que o previsto, por fatores como a pandemia de Covid-19.

Após muita espera, chegou a hora! Nesta quarta (1º), no intervalo de Um Lugar ao Sol, o público vai assistir, pela primeira vez, à esperada campanha de fim de ano da TV Globo.

Logo após o Jornal Nacional, uma apresentação especial mostrará os bastidores das gravações. Abordando os reencontros, o filme reúne, em pequenos grupos, talentos do jornalismo, do esporte e do entretenimento.

A emissora também traz uma novidade: a apresentação inédita de seu novo ‘on-air look’.

O conjunto de conceitos e elementos gráficos vai trazer versatilidade para a nova identidade visual, com novas cores embarcadas.

“A mudança reflete diretamente o conteúdo da TV Globo, que acompanha a diversidade e a pluralidade da sociedade, além de toda a emoção que novelas, séries, realities, programas de variedades, jornalismo, esportes e shows levam para o público”, destacou o comunicado.

Padrão Globo de Qualidade

Hans Donner

Há alguns anos, o canal vem se afastando da imagem criada pelo austríaco, seja nas aberturas das novelas e programas ou na marca das atrações.

Esse novo movimento pode parecer uma simples mudança, mas, de fato, será um marco na história da TV aberta, abrindo caminho para uma nova era e influencia outras emissoras para também adotarem uma linguagem mais simples e minimalista na identidade visual.

Em 1975, quando Hans Donner criou o famoso logo da Globo, pensou numa marca que pudesse trazer movimento na tela e abusar das cores intensas nas vinhetas. Seu conceito foi simples: desenhou duas esferas que representavam o planeta, além de uma tela que transmitia a imagem do próprio globo.

Marca da Globo

Essa marca caminhou junto com o Padrão Globo de Qualidade, modernizando e revolucionando o jeito de fazer vinhetas, sendo forte, sem igual e que dispensa apresentações: bateu o olho, era a Globo.

Por anos, acompanhamos a evolução do logotipo e a modernização das vinhetas. Mas, ao longo dessa época, o tempo na TV foi se encurtando e as peças foram deixadas de lado, com poucas aparições na telinha, além de destacar a versão em 2D que, aos poucos, surgia em chamadas e programas.

Por que a Globo está fazendo essa mudança tão brusca?

Hans Donner

A ideia é acabar com a imagem da “Vênus Platinada”, mostrando aos telespectadores que está conectada com a realidade do Brasil e do mundo, disposta a romper uma barreira e mostrar que quer o novo, mas sem perder a sua essência.

É uma aposta arriscada, que, com certeza, irá causar estranheza no público, mas é uma busca por uma nova comunicação com o público de modo geral, em especial os mais jovens. Para algumas pessoas, essa é a maior mudança desde a criação feita pelo Hans Donner, que deixou a emissora recentemente.

A grande dúvida que fica é como a emissora carioca irá colocar movimento nesse novo logo? Como será a vinheta do plantão, um clássico absoluto?

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Como ficará na tela o selo de “ao vivo”? Na GloboNews, por exemplo, o 2D é uma prática que já tem sido adotada, com bom gosto e criatividade.

Mas será que funcionará na TV aberta? Será que o público vai se acostumar com toda essa mudança gráfica? Isso descobriremos a partir de hoje.

O que não podemos negar é a coragem da Globo em mudar de forma radical e apostar no novo, da mesma forma que apostou no talento de um jovem vindo da Áustria, que revolucionou o design na televisão, trazendo vida, cores e modernismo na tela, marcando seu nome na história da TV brasileira e no imaginário popular.

Como diz a própria emissora em sua tradicional música de fim de ano, o futuro já começou.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor