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Walcyr Carrasco é um criador de muitos sucessos e a faixa das 18 horas virou a uma de suas principais marcas. Isso porque escreveu quatro fenômenos de audiência. O Cravo e a Rosa, Chocolate com Pimenta, Alma Gemea e Eta Mundo Bom! foram tramas que arrebataram o público.
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Mas em uma batalha entre O Cravo e a Rosa, atualmente reprisada pela emissora, e Chocolate com Pimenta, que deverá ser a sua substituta, você escolhe qual?
A reprise atual de O Cravo e a Rosa expõe mais uma vez a força da história protagonizada por Catarina (Adriana Esteves) e Petruchio (Eduardo Moscovis). A Globo ficou anos sem saber como enfrentar o sucesso do quadro Hora da Venenosa, de Fabíola Reipert, no Balanço Geral, da Record, que foi minando a audiência do Vídeo Show e não deu nem chance para o fracassado Se Joga.
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Improviso
Aumentar o tempo do Jornal Hoje foi uma solução bem-sucedida durante o período mais crítico da pandemia, mas a opção pela reexibição deste sucesso do Walcyr se mostrou uma estratégia certeira. A faixa ainda nem tem um nome (e nem deve ter), pois foi um claro improviso da emissora, mas bastou colocar a trama no ar para a concorrente nunca mais ameaçar a liderança.
E, vale a lembrança, a novela foi reprisada pelo canal Viva em 2019, há menos de três anos. Também já foi reprisada no Vale a Pena Ver de Novo em 2003 e 2013. Ou seja, está sendo reexibida pela quarta vez, chegando até a picos de quase 18 pontos, índices que a faixa não marcava há muito tempo.
O sucesso é compreensível. A história, baseada no clássico A Megera Domada, de Shakespeare, é uma ótima e repleta de personagens cativantes. A química entre Adriana Esteves e Eduardo Moscovis é um dos maiores acertos, mas vários outros núcleo despertam interesse, como o da fazenda e o da casa de Cornélio (Ney Latorraca). A trama ainda ganhou muito com a chegada de Marcela (Drica Moraes), uma vilã que inferniza os mocinhos.
Faixa deve continuar bombando
Chocolate com Pimenta é outra novela deliciosa e até literalmente, pois abusa de cenas com muito close em bolos de chocolate belíssimos da fábrica Bombom, comandada por Ludovico (Ary Fontoura) e que fica como herança de Aninha Francisca (Mariana Ximenes), que se torna uma viúva milionária após um casamento arranjado pelo seu ‘meninão’.
Após ter sofrido uma traumática humilhação no passado – a cena em que um balde de tinta verde é jogado em cima dela durante a formatura é uma das mais emblemáticas -, a protagonista volta para se vingar de todos que a ridicularizaram. Um clichê que raramente falha na teledramaturgia.
A única pedra no sapato dos planos da mocinha é Danilo (Murilo Benício), o grande amor de sua vida e com quem teve um filho, assumido por Ludovico. O enredo é estruturado com habilidade e o autor consegue criar boas viradas ao longo dos meses.
Há um festival de guerra de comida, uma das marcas de Walcyr na faixa das seis, e muitos personagens que conquistaram o público, como a vilã Jezebel (Elizabeth Savalla), o sovina Conde Claus (Cláudio Côrrea e Castro), a secretária muito eficiente Roseli (Rosane Gofman), a invejosa Olga (Priscila Fantin), o galinha prefeito Vivalda e a chique Márcia (Drica Moraes). A trama foi reprisada duas vezes no Vale a Pena Ver de Novo (em 2006 e 2012) e ano passado pelo Viva, virando um dos maiores sucessos do canal a cabo.
Difícil escolher uma novela melhor diante de tantas qualidades de ambas. A Globo escolheu bem na primeira vez e, agora, acerta novamente.