Globeleza não recebeu apoio da Globo: “Me chamavam de Zé Pequeno”

Nayara Justino - Globeleza

Criada em 1991 para ser a imagem do Carnaval da Globo, a Globeleza se tornou um ícone dos festejos de Momo. Todos os anos, o público ansiava em ver como Valéria Valenssa, a primeira Globeleza, apareceria na famosa vinheta.

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Reprodução / Globo

Mas para Nayara Justino (foto acima), que ilustrou a vinheta da Globo após vencer um concurso no Fantástico, no final de 2013, o período em que encarnou Globeleza foi dos mais conturbados. Ela confessou que sofreu racismo e não teve apoio algum do canal.

Desabafo de uma história nada glamorosa

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Valéria Valenssa (foto acima) foi a Globeleza entre 1991 e 2004. Depois dela, vieram Giane Carvalho (2005) e Aline Prado (2006-13). Nayara, então, veio a seguir. Mas, assim que surgiu na vinheta do Carnaval de 2014, a beldade acabou sendo rejeitada por parte dos espectadores. Ela chegou a sofrer ataques racistas, o que a levou à depressão. Em seguida, ela foi dispensada do cargo.

“Eu sofri muitos ataques pela internet. Muita gente fazia comparações com personagens que não eram legais. Me chamavam de macaco, Zé Pequeno, e por aí vai. Eu já tinha sofrido isso, mas não nessa proporção. Eu não tinha como me defender”, contou ela, em entrevista ao extinto Programa do Gugu, dois anos após ter perdido o trabalho na estação carioca.

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“Eu não queria sair, não queria falar com as pessoas, chorava muito. Até hoje eu choro. Foi uma coisa que me marcou muito”, desabafou.

Durou apenas um Carnaval o seu vínculo com a rede dos Marinho. A profissional contou que se sentiu usada, pois soube pela imprensa que deixaria o posto. Além disso, ela não recebeu qualquer apoio da Globo após os ataques racistas.

“Tudo começou quando um amigo meu me ligou falando que a Globo estava procurando outra Globeleza. Depois de um tempo, eles entraram em contato comigo e me comunicaram que eu não seria mais Globeleza. Eu me senti usada”, declarou.

“Foi um choque para mim. Continuei até o fim do ciclo contratual e disseram ‘tchau, obrigado’”, contou, à Folha de S. Paulo.

“Não tenho revolta por terem me tirado, mas o problema é que eu não pude me defender das ofensas que recebi”, disse, ao programa da Record.

Globo tentou se defender

Divulgação

Em nota, a líder de audiência se defendeu afirmando que decidiu reposicionar a marca “Globeleza”. Desde 2017, a vinheta passou a retratar diferentes manifestações decorrentes do carnaval brasileiro, como o frevo, o samba, os blocos e a celebração realizada na Bahia. Com isso, chegou ao fim a era das “modelos de corpo pintado”.

Porém, não é bem assim. É fato que, em 2017, a vinheta da Globo modificou a figura da Globeleza, colocando a modelo Erika Moura (foto acima) com novo figurino e ao lado de outros modelos, que representavam diferentes culturas carnavalescas. Mas, no ano anterior, Erika Moura apareceu de corpo pintado, assim como sua antecessora.

Sobre o caso de racismo, a Folha cobrou explicações da Globo, mas não obteve resposta.

Figura deixou de existir

Reprodução

Em 2022, a Globo aboliu de vez sua famosa vinheta do Carnaval. A marca Globeleza apenas dá nome às transmissões da folia, sem nenhuma “representante oficial”.

O jingle famoso na antiga vinheta foi aplicado num clipe que reunia imagens dos desfiles cariocas e paulistanos de anos anteriores, sob a voz da cantora Teresa Cristina.

Em 2023, a mesma música foi utilizada nas chamadas dos desfiles, intercalados com os sambas das agremiações. Com isso, a emblemática canção teve menos destaque e a tradicional vinheta desapareceu de vez.

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