Maior erro da carreira de Giovanna Antonelli estreava há sete anos

Giovanna Antonelli em Sol Nascente

Giovanna Antonelli em Sol Nascente (Reprodução / Globo)

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Há exatamente sete anos, no dia 29 de agosto de 2016, estreava Sol Nascente. Foram praticamente sete meses no ar, já que a novela foi exibida até março de 2017, mas o roteiro raso, repleto de equívocos e modorrento ficou marcado, especialmente para Giovanna Antonelli, uma das protagonistas da história.

Giovanna Antonelli em Sol Nascente (Reprodução / Globo)

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A novela de Walther Negrão, Suzana Pires e Julio Fischer, dirigida por Leonardo Nogueira, foi fraca do início ao fim e já não empolgava desde as primeiras chamadas. Portanto, o roteiro decepcionante não chegou a ser uma surpresa, principalmente ao analisar os últimos folhetins repetitivos de Negrão.

Embora não tenha participado ativamente da escrita dessa novela em virtude de problemas de saúde, a sinopse era do autor e ele supervisionou a obra durante todo o período de exibição.

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A maior prova disso era a quantidade de semelhanças com outros trabalhos do escritor, principalmente envolvendo o vilão e os mocinhos. A audiência da produção foi satisfatória (teve média de 21 pontos), embora tenha derrubado os índices do fenômeno Êta Mundo Bom!. Entretanto, os números não refletiram a qualidade da trama e muito menos a repercussão, que foi nula.

Belas imagens, pouca história

A novela começou com belíssimas imagens, mas pouca história. E, lamentavelmente, a primeira impressão acabou se firmando ao longo dos meses.

Recheada de personagens desinteressantes e conflitos bobos, a produção não se sustentou nem por dois meses. Antes mesmo de chegar na metade, já havia ficado claro que o enredo não teria estrutura para ficar no ar por sete meses. E, de fato, não teve.

Foram poucos os acontecimentos relevantes ao longo da trama e não é exagero afirmar que o conteúdo poderia ter sido contado em apenas duas semanas – ainda assim apresentando situações cansativas.

O casal protagonista foi um dos muitos erros. Mário (Bruno Gagliasso) e Alice (Giovanna Antonelli) foram mocinhos insossos e sem química alguma.

Para culminar, o enredo que os cercava era raso – melhores amigos que se apaixonam – e nada empolgante. O único conflito que os separava era César, que enganou a mocinha praticamente a novela toda, enquanto o mocinho tentava alertá-la, sem sucesso.

Não havia razão para esse par protagonizar o folhetim, tanto que acabou ofuscado pelo romance de Lenita e Vitório, esse sim um casal merecedor do protagonismo.

Polêmica desnecessária

A questão envolvendo a temática central do enredo se mostrou outro erro. Qual o sentido de contar a história de uma família italiana e uma japonesa que são amigas? Não havia embate algum ou conflito, empobrecendo o roteiro e deixando os atores sem grandes funções.

Para culminar, a escolha do talentoso Luis Melo para viver o japonês Tanaka foi surreal. Não teve como engolir aquela situação, agravada com o fato de Dani Suzuki ter revelado, posteriormente, que foi preterida por Giovanna Antonelli, que nada tem de oriental.

Uma polêmica desnecessária marcou o maior erro da carreira de Giovanna. Pegou mal e gerou críticas, ainda mais porque a atriz é a esposa do diretor. Enfim, isso poderia ter sido facilmente evitado.

Vale citar, ainda, a composição totalmente equivocada de Francisco Cuoco interpretando um italiano. O veterano ator tentou fazer um sotaque superficial no boa praça Gaetano e, muitas vezes, nem dava para entender o que era dito.

É de se lamentar também o pouco aproveitamento da saudosa Aracy Balabanian (Geppina), em mais uma produção que não valorizou seu talento.

Único acerto foi Dona Sinhá

O único acerto de Sol Nascente foi mesmo a Dona Sinhá. A carismática vilã vivida pela magistral Laura Cardoso carregou a história nas costas e foi um prazer acompanhar as maldades daquela velhinha aparentemente indefesa, que na verdade era uma diaba de saias.

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A respeitada e querida atriz angariou uma sucessão de merecidos elogios, se destacando em todas as cenas que contavam com a sua luxuosa presença. Tanto que a produção ficou totalmente estagnada no período em que a intérprete precisou se afastar para tratar uma infecção urinária.

A história se arrastou até o fim e só perto do último capítulo houve uma passagem de tempo de sete anos, provocando uma correria desnecessária e abrindo brecha para furos no roteiro, como Dona Sinhá falando da construção do muro de Donald Trump (então presidente dos EUA), mesmo em 2024.

A loucura de César sequestrando Alice foi um clichê comum na teledramaturgia, mas ainda mais normal nos enredos de Negrão. E não provocou emoção alguma no final. Pelo contrário, pareceu mesmo pura enrolação.

Sol Nascente não conseguiu manter a qualidade da faixa das seis, após a trinca de ouro formada por Sete Vidas, Além do Tempo e Êta Mundo Bom!.

A novela foi duramente criticada e apresentou motivos de sobra para isso, além de uma polêmica totalmente desnecessária.

Com uma história pobre e personagens fracos, a trama foi rapidamente esquecida e não deixou saudades. Os vários erros de criação e desenvolvimento foram os grandes protagonistas dessa produção, que chegou ao fim em clima de já vai tarde.

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