Ganhei um reality show. E agora?

Quando são abertas inscrições para participações em programas do gênero reality show no Brasil, são milhares de candidatos em busca de uma oportunidade. Alguns, pelo prazer de estar em evidência na mídia e pela possibilidade de serem famosos, mesmo que por pouco tempo. Outros, no entanto, pelas altas somas de dinheiro oferecidas ao vencedor.

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No ano passado, A Fazenda, da Record, deu R$ 2 milhões a Douglas Sampaio, vencedor do confinamento. É o maior prêmio de reality show da televisão brasileira na atualidade.

O caso mais recente foi o de Leonardo Young, que levou R$ 150 mil, um carro e um curso de gastronomia na França no MasterChef, da Band.

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Leonardo Young e Munik Nunes

No primeiro semestre, Munik Nunes faturou R$ 1,5 milhão no Big Brother Brasil 16, da Globo. Mais antigo dos reality shows do Brasil ainda no ar, o BBB revelou figuras importantes, que hoje fazem parte do cenário do entretenimento (Sabrina Sato, Grazi Massafera, Juliana Alves e Íris Stefanelli) e da política (Jean Wyllys), por exemplo. Outros tornaram-se empresários nos segmentos da gastronomia, imóveis e hotelaria.

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No entanto, alguns vencedores não tiveram a mesma sorte, justamente por não saberem como administrar o dinheiro. Empresas que não foram adiante, contas que precisavam ser quitadas e até problemas com divórcio e partilha de bens amargaram a vida de alguns dos brothers, que poderiam estar vivendo uma vida relativamente boa até hoje.

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Mas, uma vez conquistado o prêmio, surge uma outra dificuldade, que pode ser maior do que a conquista do título: o que fazer para administrar bem o dinheiro?

Para o economista e palestrante Gustavo Cerbasi, autor de livros como Casais Inteligentes Enriquecem Juntos e Investimentos Inteligentes, entre outros, todos os que concorrem a esses tipos de prêmio estão a fim de conquistá-los, mas raramente estão preparados para usar o dinheiro, pois o investimento se aprende com a prática.

Cerbasi conta que, na maioria das vezes, as pessoas perdem mais do que ganham em pouco tempo. Junto com o prêmio vem a fama, a agenda de entrevistas, as festividades e, por isso, o felizardo passa a um parente ou amigo de confiança a responsabilidade de cuidar do seu dinheiro.

“Infelizmente, a maioria dessas pessoas não têm experiência e nem tino comercial, por isso acabam fazendo investimentos errados. Montam estabelecimentos comerciais e usam a fama do ganhador do prêmio para atrair clientes ao local. Mas, sem o mínimo conhecimento do mercado e sem capacidade de administrar, logo fecham as portas. Investimentos em sítios e fazendas feitos por pessoas até honestas, mas sem conhecimento de mercado, acabam escorrendo pelas mãos do dono”, explica.

Gustavo Cerbasi

O economista lembra que para se iniciar um negócio é necessário um mínimo de conhecimento. Ele recomenda investir da maneira mais simples possível, buscando em primeiro lugar uma renda mensal. “Recomendo sentar com o gerente do banco e avaliar o melhor produto, por exemplo, CDB ou Fundo de Renda Fixa, que são aplicações conservadora, sem risco de perda. Com a aplicação de R$ 1,5 milhão, a renda mensal seria de R$ 12 mil”, destaca.

Sagrar-se vencedor em um programa como esses é extremamente difícil – requer empenho e comprometimento, além de uma enorme empatia com o público e claro, muitas doses de estratégia e, principalmente, sorte. Mas, pelo visto, administrar bem os prêmios recebidos, dependendo do caso, pode ser ainda mais complicado.

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