Destaque da versão original de Pantanal (1990), Ângelo Antônio trocou a Manchete pela Globo diante do convite para atuar numa novela de Gilberto Braga. O personagem comprovou o êxito do ator na TV.
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Após estrear nos folhetins vivendo o peão Alcides – a cargo de Juliano Cazarré no remake em exibição às 21h –, Ângelo foi convidado para assumir Guilherme, o Beija-Flor, na trama lançada em maio de 1991.
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Papel escrito para outro ator
Gilberto Braga concebeu Beija-Flor para Felipe Camargo, com quem havia trabalhado em Anos Dourados (1986). Por problemas pessoas, ligados ao relacionamento com a então esposa Vera Fischer, Felipe foi afastado pela direção da Globo.
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Antes de atender ao chamado da concorrência, Ângelo Antônio gravou a minissérie O Farol para a casa que o revelou. A Manchete concluiu a exibição da obra quando as chamadas de O Dono do Mundo já estavam no ar…
Queridinho da audiência
O folhetim de Gilberto enfrentou problemas de aceitação. O público torceu o nariz para Márcia (Malu Mader), a protagonista que, desiludida com o marido, entrega a virgindade para Felipe Barreto (Antonio Fagundes). A audiência caiu de amores pelo vilão, comprometendo a vingança da professorinha.
Já a prostituta Taís (Letícia Sabatella), que planejava subir ao altar com o namorado Beija-Flor, contava com a simpatia do telespectador. Os dois batalhavam, ainda que de maneiras tortas, para tal objetivo. Conforme o público se afeiçoou aos tipos, o autor redefiniu tais rotas. Beija deixou o surf ferroviário e a ligação com os bandidos liderados por Ladislau (Tuca Andrada) para virar um exemplo de cidadão.
Em determinado momento da narrativa, Guilherme recusou uma comissão de 10% em um negócio escuso, o que levou a Associação Brasileira de Marketing a desenvolver uma campanha pautada pelo personagem e sua honestidade. A ascensão dele, enquanto batalhador, contrastou com a queda de Taís.
Os dois se separaram assim que ele descobriu a vida dupla da amada. A moça, que trabalhava para a cafetina Olga Portela (Fernanda Montenegro), aceitou casar-se com William (Antonio Calloni). O milionário português morria de ciúmes da esposa, a ponto de tramar atentados contra os homens que se aproximavam dela, como Rodolfo (Kadu Moliterno). Nos últimos capítulos, porém, Taís e Beija se acertaram.
Final mais do que feliz
A parceria de Ângelo Antônio e Letícia Sabatella deu tão certo que o romance saiu da ficção para a “vida real”. Os dois se casaram em 1991. Dois anos depois, nasceu a única herdeira do casal, Clara. Ângelo e Letícia se separaram em 2003.
A união ficou marcada pelo tema romântico dos personagens, Codinome Beija-Flor, composição de Cazuza na voz de Luiz Melodia. O nome do tipo vivido por Ângelo Antônio, aliás, veio da canção, numa homenagem de Gilberto Braga ao amigo Cazuza, falecido no ano anterior.
O figurino de Guilherme, aliás, contava com uma camiseta da Sociedade Viva Cazuza, uma ONG fundada por João e Lucinha Araújo, pais do músico, em apoio a crianças e jovens soropositivos.
Ângelo, atualmente com 58 anos, pode ser visto na edição especial de O Cravo e a Rosa (2000). Ele está escalado para a próxima novela do Globoplay, Todas as Flores, com estreia prevista para outubro.