Fuzuê não foi a única: seis novelas que sofreram intervenção da Globo

Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa em Fuzuê

Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa em Fuzuê (Divulgação / Globo)

Com números de audiência abaixo do esperado, Fuzuê acabou sofrendo uma intervenção da cúpula da Globo. O experiente autor Ricardo Linhares foi convocado para supervisionar o texto de Gustavo Reiz e promover ajustes na trama, na tentativa de elevar o ibope.

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Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa em Fuzuê (Divulgação / Globo)

Intervenções como essas não chegam a ser incomuns na emissora. Mais de 30 novelas da Globo precisaram passar por mudanças no texto para reverter crises de audiência.

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O TV História relembra seis destas produções. Confira:

Anastácia, a Mulher Sem Destino (1967)

Escrita por Emiliano Queiroz, Anastácia, a Mulher Sem Destino padecia com o excesso de personagens e a falta de experiência do autor para levar adiante a trama confusa. Diante de tamanha bagunça, Gloria Magadan – que comandava as novelas da Globo na época – convocou Janete Clair.

Foi assim que uma das principais novelistas do país estreou na líder de audiência. Janete Clair assumiu o texto de Anastácia e não se fez de rogada: tratou de criar um terremoto que matou a maioria dos personagens. Além disso, a trama deu um salto de 20 anos.

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Mico Preto (1990)

Gloria Pires (Sarita) e Desirée Vignolli (Lucilene) em Mico Preto (Divulgação / Globo)

Novela das sete da Globo de triste lembrança, Mico Preto era escrita a seis mãos de uma maneira, no mínimo, curiosa: os autores Euclydes Marinho, Leonor Bassères e Marcílio Moraes se revezavam na condução dos capítulos. Isso deixou a trama confusa e sem personalidade.

Para tentar resolver o problema, a Globo convocou Walther Negrão, que foi chamado para coordenar a redação. O veterano, então, propôs novos acontecimentos para o desenvolvimento da trama. Mas a intervenção não surtiu muito efeito e Mico Preto foi um grande fiasco.

Quem é Você (1996)

Elizabeth Savalla e Cássia Kis em Quem é Você (Reprodução / Globo)

Criada por Ivani Ribeiro, Quem é Você foi produzida depois da morte da veterana. Solange Castro Neves, sua colaboradora, foi quem assumiu a autoria da produção, que ficou marcada por baixos índices de audiência.

Diante da crise, Neves se desentendeu com a direção da Globo e acabou abandonando a novela. Com isso, o autor Lauro César Muniz, que atuava como supervisor de texto, assumiu a autoria da história e levou Quem é Você até o fim.

Esperança (2002)

Priscila Fantin e Reynaldo Gianecchini em Esperança (João Miguel Júnior / Globo)

Escrita por Benedito Ruy Barbosa, Esperança padeceu com os baixos índices de audiência. Para piorar, o autor enfrentou problemas familiares e de saúde, o que culminou com o atraso na entrega dos capítulos. Várias cenas da novela eram gravadas poucas horas antes de ir ao ar.

Diante de tamanho problema, Barbosa se afastou e Walcyr Carrasco foi convocado para colocar Esperança nos trilhos. Com o novo autor, os atrasos foram sanados e a audiência até subiu um pouco.

 

Bang Bang (2005)

Bruno Garcia, Fernanda Lima e Mauro Mendonça em Bang Bang (Divulgação / Globo)

Criada por Mário Prata, Bang Bang era uma ousada novela das sete com ares de western. No entanto, o público não comprou a ideia de comédia satírica, fazendo a audiência do horário desabar.

Além disso, Mário Prata enfrentou problemas de saúde e foi obrigado a se afastar do texto da novela já em sua segunda semana de exibição. Com isso, a colaboradora Márcia Prates assumiu a coordenação do roteiro, mas a direção da Globo resolveu convocar um autor experiente para dar um rumo na história. Carlos Lombardi, então, tocou os trabalhos até o fim.

Babilônia (2015)

Gloria Pires, Camila Pitanga e Adriana Esteves em Babilônia (Divulgação / Globo)

Escrita por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, Babilônia prometia uma trama explosiva, baseada no duelo de duas vilãs – Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves). No entanto, a batalha não empolgou o público, que também torceu o nariz para os temas pesados do folhetim.

Com os índices de audiência mais baixos da faixa das nove já vistos até então, Babilônia sofreu intervenções. Os autores modificaram tramas e perfis de personagens, tentando suavizar a história. Silvio de Abreu, então diretor de teledramaturgia da Globo, também entrou em cena, organizando e reescrevendo cinco capítulos – do 37 ao 41. Mas nada adiantou e Babilônia se tornou um fracasso histórico.

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