Frustrada, atriz de O Rei do Gado pediu para deixar novela: “Fiquei jogada”
26/05/2023 às 16h05
Silvia Pfeifer, que se destacou ao interpretar a grã-fina Léia, esposa de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) em O Rei do Gado (1996), já viveu dias em que se sentiu desprestigiada na televisão.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Um ano antes de integrar o elenco da novela de Benedito Ruy Barbosa, atualmente em reapresentação no Vale a Pena Ver de Novo, a atriz pediu para deixar o elenco de Malhação. Ela se se sentiu mal aproveitada na atração.
Frustração
Ex-modelo de sucesso, Silvia Pfeifer estreou na televisão na minissérie Boca do Lixo, em 1990. Apesar das duras críticas que recebeu ao longo deste trabalho, a atriz seguiu adiante. No mesmo ano, viveu a protagonista Isadora Venturini de Meu Bem, Meu Mal (foto acima, com José Mayer) e se consagrou dois anos depois, ao protagonizar a comédia Perigosas Peruas ao lado de Vera Fischer.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Depois de ter estrelado Tropicaliente (1994), Silvia foi chamada para viver Paula, a proprietária da academia Malhação na primeira temporada do seriado adolescente. No entanto, ao se sentir mal aproveitada na história, a atriz se ressentiu e pediu para sair da atração.
“Entrei para o programa porque recebi o convite do Roberto Talma. Gosto muito de trabalhar com ele, é um tremendo diretor. Nem precisaria ter aceito porque havia acabado de gravar ‘Tropicaliente’ dois meses antes. Mas topei porque achei a proposta diferente e porque os diretores seriam o Talma e o Flávio Colatrello. Aí, em pouco tempo, os dois se afastaram da Globo. Os meninos que estão na direção são ótimos, mas a saída dos dois me deixou frustrada”, contou ela, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, de 26 de novembro de 1995.
LEIA TAMBÉM:
● Após lutar contra câncer, ex-apresentadora do Jornal da Manchete morre aos 65 anos
● Artista de Toma Lá, Dá Cá se recusou a tratar câncer: “Estado terminal”
● Após ser resgatado pela Praça, humorista perdeu luta contra a Aids
Questionada se ela se sentia mais segura com os antigos diretores, Silvia foi sincera:
“Eles têm mais experiência e isso é importante para o ator aprender. Além disso, estou cansada porque emendei a novela com o seriado. Quero férias para relaxar, um tempo para fazer outra coisa. Queria fazer um trabalho mais elaborado, uma minissérie ou uma novela das oito”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Mudança de imagem
Apesar do peso de Paula para a novela, Silvia Pfeifer confessou o seu descontentamento com o trabalho.
“Ela dá estrutura ao programa, mas ele é dos adolescentes. Então, naturalmente, fiquei meio jogada. Passei meses falando nada”, disparou.
Contudo, ela afirmou que seu papel em Malhação acrescentou muita coisa em sua carreira, pois, segundo a artista, a personagem mudou a sua imagem perante a mídia:
“Quando fiz ‘Meu Bem, Meu Mal’, as críticas diziam que eu não era boa. Em ‘Perigosas Peruas’, fiz cenas mais engraçadas e as pessoas calaram um pouco a boca. Em ‘Tropicaliente’, fiz uma mulher sofrida, rica, que andava chiquérrima o dia inteiro. Já em ‘Malhação’, passei a ser vista como uma mulher mais esportiva, atual, real e alegre”.
Fôlego
Ainda nessa mesma entrevista, Silvia Pfeifer acreditou que, com Wolf Maya assumindo a condução do seriado, Malhação duraria mais tempo no ar.
“Existe uma ideia do Wolf Maya de colocar atores e personagens novos e fazer a linguagem ficar mais rápida ainda para diferenciar o programa das outras novelas. Ainda rende o ano que vem [1996]”.
Já sobre o resultado apresentado pelo seriado, a atriz fez a seguinte avaliação:
“É bom e cumpriu grande parte da sua proposta. Para mim é que pensei que aconteceriam mais coisas. Disseram que Paula ia ter um relacionamento complicado com o ex-marido, com o filho. Mas não souberam administrar isso”, lamentou ela ao Estadão.
Por fim, a publicação perguntou à atriz se ela se imaginava atuando em O Rei do Gado, novela que de fato iria estrelar no ano seguinte. Léia era esposa do protagonista Bruno Mezenga e mantinha um caso extraconjugal com o gigolô Ralf (Oscar Magrini).
“Adoraria fazer algo do tipo peão de fazenda. É engraçado porque, no dia a dia, sou muito diferente do que as pessoas imaginam. Estou sempre vestida despojadamente, sento, levanto as pernas, agora, tenho de tomar cuidado com as calcinhas (risos)”, concluiu.