Com a audiência de Terra e Paixão abaixo do esperado, a Globo recorreu a uma estratégia parecida com a que adotou há duas décadas. E a intervenção que terminou em briga envolve os mesmos personagens: Walcyr Carrasco e Thelma Guedes.
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Entre junho de 2002 e fevereiro de 2003, a Globo tentou reeditar o sucesso de Terra Nostra (1999) com uma novela parecida: Esperança, também assinada por Benedito Ruy Barbosa. A tentativa deu totalmente errado…
O folhetim fez desabar os altos índices de audiência recebidos de O Clone (2001) e se tornou um problemão além do Ibope.
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Globo interviu em fracasso
Paulo Ricardo (Samuel) e Ana Paula Arósio (Camilli) em Esperança (João Miguel Júnior / Globo)
Na época, Esperança registrava baixa audiência e Benedito Ruy Barbosa atrasava a entrega dos capítulos por conta de problemas pessoais. Ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia, do projeto Memória Globo, o novelista desabafou:
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“Minha mãe estava doente. Eu deixava de escrever para ir ao hospital, voltava para casa chocado, tentava escrever. Foi ficando muito difícil para mim até que, um dia, resolvi parar”.
A Globo, então, escalou Walcyr Carrasco, que assumiu o lugar de Barbosa a partir do capítulo 149 e recebeu o auxílio de Thelma Guedes na empreitada.
Carrasco mexeu bastante no enredo de Esperança, mas não o suficiente para evitar um grande fiasco. Além disso, as mudanças irritaram Benedito Ruy Barbosa, que acusou o colega de “destruir” sua novela e ameaçou lhe dar uma porrada.
Estratégia repetida
Walcyr Carrasco no Conversa com Bial (Reprodução / Globo)
Agora, a Globo resolveu repetir a estratégia do passado em Terra e Paixão. Dessa vez, será Walcyr Carrasco quem receberá a ajuda.
O autor não enfrenta os mesmos problemas que Benedito Ruy Barbosa teve com Esperança, mas está sendo perseguido pelo mesmo “fantasma”: a baixa audiência.
Carrasco chamou Thelma Guedes para ajudá-lo a escrever a novela, que ainda tem cerca de 150 capítulos pela frente.
“Thelma é especial. Quando pensei na profissional que poderia tocar a novela comigo, o nome dela já veio naturalmente, pela mesma troca que tivemos em outras produções. Temos uma novela clássica com muitos mistérios e tramas a serem revelados e vai ser ainda mais prazeroso poder caminhar com alguém ao meu lado”, declarou Carrasco ao jornal Folha de S. Paulo.
O novelista vai reeditar a parceria com a autora, que também foi sua colaboradora em títulos como Chocolate com Pimenta (2003) e Alma Gêmea (2005).
Terra e Paixão em baixa
Barbara Reis (Aline) e Cauã Reymond (Caio) em Terra e Paixão (João Miguel Júnior / Globo)
Com Terra e Paixão, a Globo tentou levantar a audiência derrubada por Travessia usando um cenário próximo ao do remake de Pantanal (2022), que levantou o Ibope do horário das nove com uma saga familiar rural.
No entanto, as expectativas não foram correspondidas até o momento, apesar dos esforços da emissora para tentar emplacar o folhetim.
Terra e Paixão chegará ao fim somente em janeiro de 2024 e será substituída por outra novela rural: o remake de Renascer (1993), adaptado por Bruno Luperi, neto de Benedito Ruy Barbosa.
