Fracasso de Romeu e Julieta pode mudar rumo das novelas do SBT
03/06/2023 às 15h18
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É fato: as novelas infantis do SBT já não fazem o sucesso de outrora, vide o desempenho abaixo das expectativas de A Infância de Romeu e Julieta (foto abaixo, com Bianca Rinaldi).
Reprodução / SBTCoincidência ou não, a derrocada de audiência foi observada nas últimas três tramas, a partir do momento em que o canal deixou os remakes mexicanos de lado.
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Histórias sem fim
Promissora, As Aventuras de Poliana (2018), quanto mais esticada, menos história tinha para contar. Era notório o esgotamento do enredo.
Muitos culparam a longa duração do folhetim, que ultrapassou os 500 capítulos. Porém, desde o primeiro título infanto-juvenil, Carrossel (2012), o SBT entrega produções longuíssimas.
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Ou seja: Íris Abravanel e equipe sabem da realidade da emissora. Logo, eles deveriam pensar em tramas extensas, sem que as narrativas caíam na repetição ou na falta de acontecimentos – o que é recorrente nos folhetins que não se baseiam em títulos importados.
Mais do mesmo
As deficiências das criações de Íris e seus colaboradores ficaram evidentes em Poliana Moça. A novela não possuía um fio condutor. Além da falta de enredo, a trama repetia personagens e premissas de As Aventuras de Poliana.
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Com A Infância de Romeu e Julieta, também ideia original do setor de Dramaturgia do canal, pautada em um clássico da literatura, ficou evidente que os atuais redatores da casa não têm cacife para criações próprias.
Sem conteúdo e com uma narrativa desinteressante, que repete os mesmíssimos elementos dos folhetins anteriores, Romeu e Julieta padece na audiência e indica, mais uma vez, a dificuldade da emissora de desenvolver um argumento.
De volta aos remakes?
Em contrapartida, quando o setor se limitava a “abrasileirar” êxitos da dramaturgia mexicana, as histórias dificilmente se perdiam pelo caminho. Talvez seja a hora do SBT retomar a realização de remakes de textos latinos de sucesso. Opções não faltam.
Chispita (1982), um dos maiores clássicos da Televisa, exaustivamente transmitida no Brasil entre os anos 1980 e 1990, é dramática e divertida ao mesmo tempo e clama por uma “nova chance” por aqui. Na mesma linha, está Vovô e Eu (1992), título que vai de encontro aos saudosistas – e que, por aqui, surfou na onda da versão mexicana de Carrossel (1989).
Gotinha de Amor (1998) é outra obra que nada de braçada no drama, com uma garotinha órfã maltratada pela vida. Essa, certamente, fisgaria crianças e adultos. O Diário de Daniela (1998, foto acima), por sua vez, é um texto como a casa gosta, repleto de pequenos no elenco.
Amy, a Menina da Mochila Azul (2004) poderia trazer frescor às produções, já que o cenário praiano é totalmente diferente dos explorados nas últimas produções da casa. Ainda, a sempre cogitada Patinho Feio, original argentino adaptado no México em 2019, Atrévete a Soñar.
Tem texto a perder de vista, basta querer.