Se alguém dissesse, há alguns meses, que um dos maiores sucessos de 2024 na televisão brasileira seria uma novela turca, você acreditaria? Por mais que a expectativa da Record com Força de Mulher fosse boa, duvido que eles mesmos esperassem isso.
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A trama vem marcando excelente audiência para o canal de Edir Macedo, batendo recorde atrás de recorde. Na segunda (30), marcou 8 pontos; nesta quarta (2), 8,6 pontos. Será que vai alcançar a casa dos dois dígitos e incomodar a Globo?
Fenômeno
Em menor proporção, evidentemente, o fenômeno do horário nobre remete ao que aconteceu há mais de 30 anos, no início dos anos 1990, quando o SBT se deu bem ao exibir Carrossel e outras novelas mexicanas.
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A grande aposta do sucesso de Carrossel foi feita, claro, pelo dono do SBT, que assistiu um capítulo da novela numa de suas costumeiras viagens aos Estados Unidos e gostou.
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Na ocasião, cada capítulo da história da turma da professora Helena, exibida originalmente no México entre 1989 e 1990, custou ao SBT o valor de US$ 10 mil – muito pouco se comparado ao que a Globo gasta para fazer um capítulo de novela no Brasil.
Obra do acaso
Mas o destino poderia ter sido diferente. Pelos planos iniciais de Guilherme Stoliar, então executivo do SBT, Carrossel não seria levada ao ar imediatamente quando foi adquirida.
A prioridade seria dada a outras atrações compradas da Televisa – a trama infantil veio num pacote com outras três novelas. Mas apenas Carrossel e Rosa Selvagem (que era exibida em seguida e também dava bom Ibope) estavam disponíveis imediatamente e a Televisa as enviou na frente.
De acordo com a revista Veja de 12 de junho de 1991, dias antes da estreia de Carrossel, Silvio Santos estava aceitando apostas de US$ 100 mil contra quem duvidasse que a média da audiência passaria da marca dos 10 pontos – a trama passou dos 20.
A história se repete
Outra coincidência é que Força de Mulher também é exibida pela Record por obra do acaso.
Ainda produzindo a 12ª temporada de Reis, a Record acabou escalando a novela turca como tapa-buraco para substituir A Rainha da Pérsia.
A Record vinha reprisando algumas novelas bíblicas entre as temporadas de Reis, mas os resultados não eram satisfatórios.
O canal saiu da zona de conforto, decidiu inovar e acabou se dando bem.