Em breve, o Star+ vai lançar a série documental A Superfantástica História do Balão, relembrando o conjunto musical Balão Mágico que era composto por Simony, Tob, Jair Oliveira e Mike Biggs.

Balão Mágico
Mike Biggs, Simony, Tob e Jair Oliveira no Balão Mágico (Reprodução / IMDB)

O grupo fez muito sucesso nos anos 1980, chegando a gravar com Roberto Carlos. Mas a fama não foi boa para todos: Mike relatou que perdeu a virgindade com apenas 11 anos. Posteriormente, virou peão de obra.

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Super amigos

Balão Mágico - Mike Biggs
Mike Biggs no Balão Mágico (Reprodução / YouTube)

Tudo começou em 1982, quando o produtor musical Tomas Muñoz viu a chance de contratar Simony, que fazia sucesso no Programa Raul Gil, no SBT. Com apenas cinco anos, ela conquistou o Brasil com o talento para a música e seu jeito doce.

Além de Simony, o grupo contava com Tob e Jairzinho, filho de Jair Rodrigues. Mike entrou quando o primeiro disco estava sendo finalizado. O produtor se encantou com o garoto após um drama familiar.

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Da súplica para a fama

Mike e Ronald Biggs
Ronald e Mike Biggs (Reprodução / Daily Star)

Michael Fernand Nascimento de Castro Biggs é filho de Ronald Biggs, conhecido por ter roubado um trem postal na Inglaterra e fugido para o Brasil nos anos 1970. O seu paradeiro só foi descoberto em 1974. Da noite para o dia ele ganhou fama, andando nas ruas como uma celebridade.

Em 1981, Biggs foi sequestrado por uma gangue de aventureiros, que o levou até Barbados. A ideia era entregar o refém para a Scotland Yard em troca de uma recompensa.

O pequeno Michael foi a televisão pedir, aos prantos, que libertassem o seu pai. O pedido comoveu o Brasil. Biggs foi solto e voltou ao país. Já seu filho virou Mike, cantor do Balão Mágico.

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Sucesso meteórico

Balão Mágico - Fofão
Orival Pessini como Fofão no Balão Mágico (Divulgação / Globo)

Com o quarteto formado e o disco lançado, o Balão explodiu! O sucesso foi estrondoso; milhares de cópias foram vendidas. Fábio Jr., Baby Consuelo, Djavan, entre outros artistas cantaram com o grupo. Especiais na Globo davam mais destaque ao conjunto que não saia das paradas de sucesso.

Em 1983, a Globo criou o programa Balão Mágico, apresentado por Simony, Castrinho e Fofão (Orival Pessini). Mike, Tob e Jairzinho também participavam da atração, que ficou no ar até 1986, quando foi cancelado por conta do Xou da Xuxa.

De cantor a peão de obras

A Superfantástica História do Balão - Mike Biggs
MIke Biggs em A Superfantástica História do Balão (Divulgação / Star+)

O grupo se desfez em 1986 e cada um seguiu sua vida. Simony foi uma das integrantes que teve mais destaque, seguida por Jairzinho. Mas a vida de Mike, após o grupo, não foi nada fácil.

“Sou filho de uma stripper com um assaltante de trem. Com 11 anos, eu perdi a virgindade. Com 11 anos, eu fumei pela primeira vez o legal e o ilegal. A coisa tomou uma dimensão assustadora. Depois que o programa acabou, fui ser peão de obra”, contou no documentário do Star+.

Mike se mudou para a Inglaterra ainda nos anos 1980, e ficou 20 anos por lá. O último trabalho artístico dele foi em 2021, quando apresentou, no canal pago Arte 1, Papo Musical, que recebia artistas com Roberta Campos, Marcelo Nova, entre outros, na “varanda” de sua kombi.

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E o trailer desagradou…

O documentário vai mostrar a vida e a história dos integrantes de forma completa. O trailer já aguçou a curiosidade das pessoas, mas irritou Jair Oliveira: em uma das cenas ele diz que não “queria mais ser chamado de Jairzinho”.

O músico foi até as redes sociais explicar o contexto dessa fala.

“E só para desmistificar (inclusive o que, imagino que por questões de impacto de divulgação, a própria edição do trailer que está rolando por aí decidiu de certa maneira descontextualizar), sempre gostei de ser chamado pelo apelido carinhoso dado a mim pelos meus próprios pais e que marcou a minha passagem pela infância nos anos 80 – pois continuo sendo, com orgulho, o Jairzinho da Turma do Balão!”, escreveu.

Simony comentou na postagem concordando com seu colega:

“Que texto perfeito! Realmente decidiram descontextualizar e ferir de alguma forma a memória afetiva de tantas pessoas. Te amo”.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor