O carioca Guilherme Fontes, atualmente com 56 anos, iniciou sua carreira acompanhando seu irmão nas aulas de teatro. Começou no Tablado, com uma obra de Nelson Rodrigues, e não parou mais.

Guilherme Fontes

Sua estreia em novelas foi aos 18 anos, na primeira versão de Ti-Ti-Ti (1985), de Cassiano Gabus Mendes. Em Bebê a Bordo (1988), foi Rei, lançando a moda da bandana na época. No mesmo ano, fez O Pagador de Promessas.

Seu primeiro grande sucesso foi na minissérie Desejo, de Glória Perez, trama baseada na história real do assassino confesso do escritor brasileiro Euclides da Cunha.

Também se destacou como Marcos, no sucesso Mulheres de Areia (1993), personagem que vivia o conflito entre o amor das gêmeas Ruth e Raquel (Glória Pires).

Outro personagem marcante de sua carreira foi o vilão Alexandre Toledo, de A Viagem (1994), trama espírita de Ivani Ribeiro, recentemente exibida pelo Viva. O personagem era um jovem rico, viciado em álcool e drogas, que mata o tesoureiro da empresa onde trabalhava após ter sido flagrado roubando o cofre.

O jovem é preso e sua irmã Diná (Cristiane Torloni) é a única a protegê-lo, tentando todas as possibilidades para inocentá-lo, porém em vão. Alexandre se suicida na cadeia e, no pós-vida, jura vingança contra todos que ele acredita não terem lhe ajudado. E aí começa o tormento. Seu foco é destruir a vida do irmão Raul (Miguel Falabella), do cunhado Téo (Maurício Mattar) e do advogado Otávio (Antônio Fagundes).

A Viagem

Alexandre começa então a perturbar cada um deles, causando muitos problemas, desafetos, agressões e mortes, até que Diná morre e o resgata do Vale dos Suicidas, levando-o para um lugar de paz e luz, fazendo com que o jovem se arrependa e deixe a família encarnada em paz.

Um sonho que virou pesadelo

Logo após o arrebatador sucesso de A Viagem, o ator comprou os direitos autorais do livro Chatô – O Rei do Brasil, obra de Fernando Morais, que conta a história empreendedora do magnata das telecomunicações, Assis Chateaubriand. Assim, Guilherme lançou o audacioso e milionário projeto para rodar o filme homônimo, com o qual captou mais de R$ 12 milhões através da Lei Rouanet e da Lei do Audiovisual.

Mas o que era sonho virou pesadelo. O projeto foi cassado em fevereiro de 2000 pelo governo federal e impedido de ser concluído por 15 anos para, somente então, ter as contas aprovadas e, em 2015, ser lançado.

Pela obra, Guilherme recebeu o prêmio APCA de melhor diretor de longa metragem da crítica paulista de arte e outros cinco prêmios da Academia Brasileira de Cinema, além de mais três da ABC – Associação Brasileira de Cinematografia.

Ainda na onda Chatô, Guilherme Fontes produziu, em parceria com o GNT, Globosat e Organizações Globo, a série Dossiê Chatô (1996), composta de sete documentários dirigidos por Walter Lima Júnior. Projeto multimídia, orçado em 12 milhões de dólares, foi filmado no Brasil e no exterior, com mais de uma centena de personalidades, entre elas Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro e Frederico Pernambucano.

Estrela-Guia

Em meio a muito “babado e confusão” por conta do filme, Guilherme foi convidado para protagonizar outra novela, sendo par romântico de Sandy, a novela Estrela Guia (2001). Ele viveu Tony, um empresário que acaba se apaixonando por Cristal (Sandy), sua afilhada.

Segundo o ator, “Tony chegou em um momento delicado. Estava sem grana e difamado, sendo acusado de inúmeros absurdos e com toda imprensa focada em destruir minha reputação e meu filme. A proposta era irrecusável. Foi engraçado e pitoresco me ver sair tão rapidamente das páginas policiais dos jornais e ser transformado em príncipe da princesa”.

Guilherme Fontes participou ainda de Beleza Pura (2008), Tudo Novo De Novo (2009), As Brasileiras (2012), Cordel Encantado (2011), Além do Horizonte (2013) e Boogie Oogie (2014). Seu último trabalho na TV, até o momento, foi em Órfãos da Terra (2019).

Ainda em parceria com a Globosat, produziu a série Cinco Dias que Abalaram o Brasil, dirigido por Mauro Lima, sobre os cinco últimos dias de vida de Getúlio Vargas antes do suicídio e 500 anos de História do Brasil, envolvendo 12 documentários e debates sobre diversos fatos e personagens importantes da história brasileira no século XX, tais como o Golpe de 1964, AI-5, Os Três Golpes Contra o JK, Carlos Lacerda – O Demolidor, Chiquinha Gonzaga, entre outros.

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Vida fora da Globo

Em 1998, em parceria com Francis Ford Coppola, famoso diretor americano, montou, com tecnologia de ponta, no Brasil, a ZB Facilities, empresa finalizadora responsável pela pós-produção de dezenas de filmes brasileiros no período de 1998 a 2004 e formadora de mais de 50 profissionais na área de pós-produção.

Ele contou que perdeu a virgindade aos 12 anos com a empregada da família, que já usou cocaína e ecstasy, fez implante capilar, que “não é surubeiro” e acredita na fidelidade.

Foi casado com a atriz Cláudia Abreu e Patrícia Lins da Silva, com quem ficou por 13 anos, e teve dois filhos, Carlos e Carolina. Outra famosa que namorou foi a atriz Luana Piovani.

Guilherme Fontes disse que a vida fora da Globo é difícil:

“Quando você está lá é muito bem tratado. Depois que você sai, te tratam mal”, desabafou.

Enquanto aguarda novos trabalhos na televisão, o ator e diretor segue trabalhando com projetos no cinema.

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