Em sua segunda parceria com o autor Benedito Ruy Barbosa, Jackson Antunes brilhou no papel de Regino, líder do acampamento dos sem-terra em O Rei do Gado (1996), obra em cartaz no Vale a Pena Ver de Novo.
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Ainda faltam alguns capítulos para a novela terminar, mas a curiosidade para saber os desfechos dos personagens é grande. Para Regino, talvez não seja, pois o líder terá um final emocionante, porém nada feliz.
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Duro na queda
Regino é o mandachuva do grupo de trabalhadores rurais sem-terra, que logo no início da segunda fase da trama conhece Bruno Mezenga (Antonio Fagundes, foto acima), quando tenta invadir as suas terras.
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Idealista, ele é contra a violência e a polarização do movimento, fazendo de tudo para que as ações sejam feitas pacificamente, o que nem sempre consegue.
Capítulos atrás, o líder se uniu aos companheiros de causa para uma nova tentativa de ocupação, desarmados. Mas, assim que avançaram, foram recebidos a tiros pelos jagunços do fazendeiro dono das terras – sem a autorização do mesmo.
O personagem chegou a ser atingido por uma bala, mas escapou do pior quando Lupércio (Adenor de Souza), o líder dos jagunços, retira o projétil alojado em seu peito. Assim, Regino ainda afirmou que, apesar do conflito, ocuparia aquelas terras.
Morte trágica
Na reta final da novela, Regino é assassinado após cair numa tocaia planejada por jagunços de uma fazenda onde os sem-terra tentam assentar. Ao lado dos companheiros de luta – Lupércio e Formiga (Cosme dos Santos), o marido de Jacira (Ana Beatriz Nogueira, na foto acima) é baleado e acaba não resistindo.
Ele morre diante das terras que nunca conseguiu conquistar, enquanto a esposa sofre pela sua morte. Enquanto isso, Bruno Mezenga e Luana recebem a notícia como uma bomba através da televisão.
Jacira se une aos trabalhadores sem-terra e o grupo organiza um cortejo para velar o corpo de Regino. Com isso, ela acaba se tornando a líder do movimento para honrar o legado do marido, que vira uma referência na luta por um pedaço de terra e pela reforma agrária.
Aprendizado
Após estrear aos 33 anos na novela Renascer (1993), Jackson Antunes (na foto acima em A Favorita) voltou a trabalhar com Benedito Ruy Barbosa em O Rei do Gado (1996), o que para ele foi um trabalho bastante especial.
Na época em que a trama foi reapresentada pela segunda vez, o ator comentou em uma entrevista sobre a importância do personagem para a sua carreira. Ele ainda revelou um fato curioso que aprendeu durante a novela.
“Lembro que fiquei uns dias em um assentamento de sem-terra no interior de São Paulo e valeu muito a pena para a construção do papel. Na época, não sabia dirigir. E o Regino tinha um jipe. Por causa disso, toda vez o carro tinha que ser guinchado. Com o tempo fui pegando jeito e dirigia em cena. Meu amigo Cosme dos Santos ia rezando o terço (risos). Foi com o jipinho do Regino que aprendi a dirigir. E percebi como isso era importante para a minha profissão”, disse à Revista Quem, em 19 de janeiro de 2015.