No dia 10 de outubro de 2003, a Globo exibiu o último capítulo de Mulheres Apaixonadas, novela de Manoel Carlos que está sendo encerrada no Vale a Pena Ver de Novo. Na época, o público conheceu o destino dos personagens da trama, mas muita gente ficou frustrada com a falta de emoção em alguns momentos – ou com o rumo de determinados personagens da história.

José Mayer e Christiane Torloni em Mulheres Apaixonadas
José Mayer e Christiane Torloni em Mulheres Apaixonadas

Entre os principais acontecimentos, César (José Mayer) e Helena (Christina Torloni) se casaram, Téo (Tony Ramos) descobriu que era o pai de Salete (Bruna Marquezine) e Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli) deram um discreto beijo durante uma peça de teatro na escola.

No entanto, um dos fatos que deixou o público desolado foi a morte de Fred (Pedro Furtado).

“Solução absurda”

Dan Stulbach (Marcos) e Regiane Alves (Clara) em Mulheres Apaixonadas
Dan Stulbach (Marcos) e Regiane Alves (Clara) em Mulheres Apaixonadas (divulgação/Globo)

Na Folha de S.Paulo de 12 de outubro de 2003, Bia Abramo criticou algumas soluções do final da novela.

“E, (quase) no final, mataram o pobre Fred. O garoto era um exemplo: sério nos estudos, bom amigo, amante galante e dedicado. Mas acabou morrendo no mesmo acidente que vitimou o espancador e psicopata Marcos. Nos últimos capítulos de Mulheres Apaixonadas, o afã de fazer a audiência atingir alguma espécie de recorde produziu mais uma solução absurda, numa novela que foi recheada delas”, disparou.

Em artigo no jornal O Estado de S. Paulo de 19 de outubro daquele ano, Cecília Thompson destacou que faltou resolver muita coisa no final.

“O público de Manoel Carlos se emocionou, chorou, riu, se irritou, torceu, deu palpites, escreveu e telefonou, quis matar, beijar, internar, prender, bater e arrebentar, exigiu castigo e vingança, amor excelso, redenção ou inferno para cada uma das mulheres (e alguns homens) da mais recente Helena de Maneco. E ficou satisfeito. E ficou frustrado e decepcionado. Tudo ao mesmo tempo, segundo as esperadas explosões finais que aconteceram – ou não. Foram as cenas que não vimos, mas queríamos ter visto”, enfatizou.

Falta de barraco

Vanessa Gerbelli, Bruna Marquezine e Tony Ramos
Vanessa Gerbelli, Bruna Marquezine e Tony Ramos (Divulgação / Globo)

Segundo ela, por exemplo, a cena em que Téo descobre que é pai de Salete foi muito fria.

“O que aconteceu? Nada. No meio de uma festa de formatura no mínimo exótica, a Dra. Laura chega ao local com um envelope. Téo o lê, chama a menina – “Você não queria me chamar de pai? então! vamos para casa que vou lhe contar uma historinha…”, e sorrateiramente sai com a namorada e os filhos em fila indiana entre as cadeiras. Close rápido da cara de espanto da bruxa. Diálogo? Nenhum. Ei, e nós…? E o barraco por que tanto torcemos? E a vingança da criancinha chorona, maltratada e oprimida? Parece que só o fantasma de Fernanda percebeu o que houve”, escreveu.

Ela ainda citou que nada foi feito contra a malvada avó de Salete, vivida por Manoelita Lustosa.

 

Sucesso de audiência

Giulia Gam em Mulheres Apaixonadas
Giulia Gam em Mulheres Apaixonadas (Reprodução / Globo)

Independente disso, a Globo comemorou os resultados e Mulheres Apaixonadas entrou no rol de suas grandes novelas.

No Ibope, o capítulo final atingiu 59 pontos de média, audiência inferior ao registrado pelo último episódio de O Clone, por exemplo, que teve 62 pontos, mas bem melhor que o desastre visto em Esperança, a trama que a antecedeu na faixa.

Compartilhar.

Thais Milena é uma jornalista formada apaixonada pela história da televisão brasileira e pelo universo dos famosos. Com conhecimento e entusiasmo, se dedica a compartilhar informações, curiosidades e análises sobre os bastidores da televisão, os programas icônicos e os artistas renomados do Brasil. Através do trabalho, busca entreter e informar seus leitores, levando-os a uma viagem pelos momentos marcantes e pelas personalidades que influenciaram a cultura televisiva do país.