Sexta-feira, 19 de março de 1999. Parece que foi ontem, mas lá se vão 22 anos desta data repleta de opções para a criançada, logo no início do chamado horário nobre, 18h.

Para os mais altinhos, Luciano Huck e suas pupilas “causando” às 20h30. Já para os noveleiros, boas atrações em todos os canais.

Hora de girar o seletor! Confira:

SBT – 18h às 19h – Disney Club

Parceria Disney – SBT, este programa infantil – concebido por Cao Hamburger, da aclamada Malhação – Viva a Diferença (2017) – trazia desenhos “transmitidos” pela emissora de televisão pirata Comitê Revolucionário Ultra Jovem, o Cruj! Neste dia, o barato mesmo era esperar o resultado do concurso cultural que distribuiu 40 mochilas do icônico Doug Funnie e quatro computadores Macintosh, da Apple, para os telespectadores que enviassem, via cartas, as melhores sugestões de reciclagem para produtos comumente descartados após o uso. Era diversão garantida, com consciência e responsabilidade social!

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Band – 18h às 19h – Meu Pé de Laranja Lima

Para os pequenos noveleiros, boa opção na Band! Na terceira versão televisiva deste clássico de José Mauro de Vasconcellos – também adaptado para o cinema, em duas ocasiões – o pequeno Zezé (Caio Romei) celebrava com seu pé de laranja lima a presença do amigo Serginho (Bruno Bezerra) em sua casa. O menino fugiu da mansão Villa Rica em meio ao embate da mãe, Heloísa (Jaqueline Dalabona), com o namorado Bernardo (Fausto Maule) – interessado, apenas, em denunciar os crimes financeiros do falecido marido dela. Após um chamado da consciência da irmã, Jandira (Flávia Pucci), Zezé orientou Serginho a acertar os ponteiros com Heloísa.

CNT/Gazeta e Cultura

Aquele passeio por todos os canais, pulando de um para o outro a cada intervalo comercial: na CNT / Gazeta, entre 18h10 e 19h45, o interativo Hugo; a Cultura abria sua grade noturna com os clássicos Castelo Rá-Tim-Bum (18h05 às 18h30) e X-Tudo (até 19h00); o SBT, logo após o Disney Club, atacava com a mexicana Luz Clarita (19h00 às 20h00), cobrindo as férias de Chiquititas (1997).

Globo – 19h05 às 20h10 – Meu Bem Querer

Último capítulo é último capítulo! Logo, foco nesta trama, voo solo de Ricardo Linhares que seguia o exitoso estilo regionalista de seus trabalhos em parceria com Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn. O capítulo começou cheio de emoção, com o insano Juliano (Leonardo Brício) ateando fogo, “com o calor de suas mãos”, no local onde estavam a ex-mulher Rebeca (Alessandra Negrini) e sua própria filha, Ester (Camila Farias). As duas foram salvas, claro, pelo herói Antônio (Murilo Benício), que, ao longo da narrativa, descobriu ser irmão gêmeo do amalucado “servo do Senhor” – daqueles nada parecidos. Levado para uma clínica psiquiátrica, Juliano não assistiu o casamento de sua mãe, Ava Maria (Ângela Vieira), com Martinho (José Mayer). Triste fim também para Lívia (Flávia Alessandra), irmã de Rebeca, que lhe tomou Antônio na juventude. Morreu de parto, deixando o bebê para o casal protagonista – também “grávidos” – cuidar. Edvânia (Taís Araújo) foi outra que encontrou seu merecido castigo: assumiu o carrinho da pamonha que era de sua mãe Tonha (Arlete Salles); esta recebeu com surpresa o pedido de casamento de seu “desafeto”, Pastor Bilac (Mauro Mendonça). No fim das contas, como a culpa é sempre do mordomo, Delegado Néris (Ary Fontoura) prendeu Jorgete (Rosi Campos) pelo assassinato da patroa, Custódia (Marília Pêra). Azar o da governanta, que não pode desfrutar da herança que a maquiavélica senhora lhe deixou…

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SBT – 20h às 20h50 – Pérola Negra

Quem correu da Globo logo após o “fim” de Meu Bem Querer “presenciou” a treta das priminhas “Eva” (Patrícia de Sabrit), surpreendida aos beijos com Tomás (Dalton Vigh), e Malvina (Cibele Larrama), noiva dele. Pensou que, por conta de uns beijinhos, tudo estava em paz entre “Eva” – na verdade, Pérola – e Tomás? Nada disso! Ao tentar reaver as ações da Nerta, empresa de cosméticos da família dele, a mocinha – então no comando da concorrente Aquarel – despertou a ira do bonitão. Ganchão do dia: Tomás ameaçando revelar a todos que Eva / Pérola não era uma legítima Pacheco Oliveira! Os próximos capítulos mostraram que ele estava “meio” errado…

Record – 20h10 às 21h15 – Estrela De Fogo

Se o objetivo era fugir do Jornal Nacional, o público podia contar, além do SBT, com a Record, então exibindo este folhetim rural de Yves Dumont, realizado pela JPO Produções. Naquele 19 de março de 1999, o ex-peão Ventania (Marcelo Aguiar), então um cantor de sucesso, enfim se entendia com a esposa, Andréa (Vera Zimmermann). Convenhamos: Ventania andava precisando de apoio… Sua carreira sofreu sérios abalos após o assassinato de Simone (Cláudia Mauro), que tentou lhe aplicar um golpe financeiro. Na última cena, a boa nova: Duarte (Antônio Grassi), um dos suspeitos do crime, acabou nas mãos do delegado Amadeu (Denis Derkian).

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Band – 20h30 às 21h30 – H de Verão

Foi nas areias escaldantes da praia da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, que Luciano Huck – prestes a assinar com a Globo – montou a tenda do H. A temporada “de verão” da atração fez brilhar a nova “coleguinha” do apresentador: Joana Prado, a Feiticeira, que, no mesmo ano, bateu o recorde de vendas da Playboy no Brasil. Um feito e tanto, principalmente se considerarmos a concorrência que Joana / Feiticeira enfrentava no próprio programa: Suzana Alves, a Tiazinha, também no Top 10 da icônica revista.

Record – 21h15 às 21h45 – Escolinha do Barulho

Quem correu para a Band ver o H, certamente voltou para a Record a tempo de curtir os quinze minutos finais da Escolinha do Barulho. Ou migrou para o Programa do Ratinho, do SBT – tudo para fugir de Suave Veneno, atabalhoada novela de Aguinaldo Silva que a Globo exibia após o ‘JN’. A ‘Escolinha’ “recordista” contava com produção do então “SBTtista” Gugu Liberato. Nas fileiras, alunos do Professor Raimundo (Chico Anysio), todos membros da cooperativa Artistas Unidos – Castrinho (Geraldo), Jorge Loredo (Zé Bonitinho), Mário Tupinambá (Bertoldo Brecha), Paulo Cintura e Rony Cócegas (Galeão Cumbica), entre eles.

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Manchete – 21h15 às 22h15 – Pantanal

Em seu último suspiro, a Manchete recorreu ao maior sucesso de sua história, Pantanal, praticamente a única atração própria de uma grade repleta de infomerciais e programas religiosos. A “TV do ano 2000” se despedia de forma melancólica, atestando a incapacidade de superar aquele inesquecível 1990 da exibição original deste folhetim de Benedito Ruy Barbosa. A reapresentação, na íntegra, foi “concluída” em julho pela RedeTV! – a Manchete saiu do ar em 10 de maio.

Globo – 23h00 às 23h55 – Chiquinha Gonzaga

Trabalho extremamente sensível e requintado de Lauro César Muniz, com direção de Jayme Monjardim. O último capítulo uniu as “duas versões” da compositora Chiquinha Gonzaga – jovem “afrontosa” vivida por Gabriela Duarte; anciã, ainda alimentando seus ideais de liberdade, a cargo de Regina Duarte. No capítulo final da minissérie, ‘O Abre-Alas’, realização de Chiquinha, encontra êxito em todo o canto, no réveillon de 1900. Na vida pessoal, o último revés: apaixonada pelo jovem João Batista (Caio Blat / Fábio Junqueira), Chiquinha enfrenta um processo movido pelas filhas, Maria (Bel Kutner) e Alice (Carla Regina), por “omissão de dever” com o agravante de se relacionar com um “menino”. Revoltada, Chiquinha adota João Batista, parte para Portugal e só retorna dez anos depois. Três décadas se passam: a octogenária então se despede da vida, emocionada com um espetáculo sobre sua trajetória.

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.