Flavio Migliaccio encantou todo o Brasil ao viver tipos marcantes na telinha, como o Xerife de O Primeiro Amor (1972), ou o Seu Chalita na série Tapas & Beijos (2011-15). Por isso, o país chorou quando o ator tirou sua própria vida, em 4 de maio de 2020, aos 85 anos.
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Como não poderia deixar de ser, a notícia abalou seus fãs e familiares. O jornalista Marcelo Migliaccio, filho do veterano, divulgou uma carta na qual lamentava que o pai partiu sem se despedir, e que ele não foi capaz de impedi-lo.
Luto
No dia seguinte à morte de Flavio, Marcelo Migliaccio publicou, em seu perfil numa rede social, uma carta aberta em que chorava a partida do pai. Apesar da consternação, o jornalista declarou que entendia a atitude do ator.
“Meu pai fez o que fez à nossa revelia. Sem nos avisar, sem se despedir”, escreveu.
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“Ele sempre me dizia que não aguentava mais viver num mundo como esse e sentir seu corpo deteriorar-se rapidamente e irreversivelmente pela idade avançada. Pouco escutava e enxergava. ‘Daqui para frente só vai piorar’, ele me dizia enquanto eu buscava todos os argumentos possíveis para lhe mostrar que ainda havia muita coisa boa reservada para ele”, publicou Marcelo em seu Facebook.
No relato, Marcelo relatou a inteligência e a convicção do pai sobre suas ideias e atitudes. Ele também falou que aprendeu com o ator a respeitar as convicções e decisões das pessoas.
“Por isso hoje respeito o ato de extrema coragem que meu pai teve na madrugada de ontem, fazendo o que acreditava ser a única coisa a fazer. Tentei impedir de todas as formas, sofro agora, e sofrerei para sempre, por não ter conseguido, mas entendo sua decisão”, afirmou.
Processo
Na mesma carta, Marcelo Migliaccio (na foto acima, com Paulo José) aproveitou para anunciar que iria processar o Estado do Rio de Janeiro por conta do vazamento de fotos do corpo de Flavio Migliaccio no local onde ele morreu.
Sylvio Guerra, advogado da família do ator, revelou em seu Instagram, em 5 de maio de 2020, que entraria com uma ação contra dois agentes do Estado, que são dois policiais militares que postaram os registros do corpo do ator em suas redes sociais.
“Esses policiais carregam a bandeira do Estado em suas fardas. Além de vilipêndio de cadáver, elencado no Código Penal, buscaremos em face do Estado, danos causados pela absurda, abusiva e mórbida divulgação da foto de meu cliente já falecido, violando sua imagem, o luto da família, amigos e fãs”, ressaltou o advogado, de acordo com o Notícias da TV.
Suicídio
Flavio Migliaccio foi encontrado morto no dia 4 de maio de 2020, em seu sítio na Serra do Sambê, em Rio Bonito (RJ). De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 35º Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o ator se enforcou com uma corda.
A polícia encontrou no local uma carta escrita pelo próprio artista.
“Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos como tudo aqui. A humanidade não deu certo. Eu tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este. E com esse tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianças de hoje! Flávio”.