Fevereiro: Globo confirma volta da novela preferida de Gilberto Braga

Mais uma novela antiga da Globo teve a volta confirmada nesta quarta (29). Trata-se de uma produção que acabou de ser exibida pelo canal Viva e agora será disponibilizada para todos os assinantes do Globoplay a partir de 10 de fevereiro.

Estamos falando de Corpo a Corpo, exibida entre novembro de 1984 e junho de 1985, em 179 capítulos. A informação foi confirmada pelo colunista Gabriel Vaquer, da Folha de S.Paulo.

Nunca reprisada pela Globo, a trama esteve em cartaz no canal Viva entre junho do ano passado e o último dia 18 de janeiro, cedendo seu lugar para Plumas e Paetês (1980).

Preferida

Corpo a Corpo conta a história de Eloá (Débora Duarte), uma mulher ambiciosa que firma um pacto com Raul (Flavio Galvão) para obter uma rápida ascensão profissional. Ela consegue o que quer, mas o acordo com o suposto diabo faz ruir seu casamento com Osmar (Antonio Fagundes).

Em depoimento ao livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo, de André Bernardo e Cíntia Lopes, lançado em 2009, Gilberto Braga surpreendeu ao dizer que essa era sua novela preferida.

“Na minha opinião, Corpo a Corpo é minha melhor novela, mas não é tão lembrada”, explicou.

O novelista, no entanto, revelou que não gostou nem do título da trama e nem da escalação de Débora Duarte como a protagonista Eloá.

“O título, aliás, é muito ruim. Débora Duarte é extraordinária, mas, convenhamos, não é o primeiro nome de uma novela”, completou.

Racismo

Corpo a Corpo fez história ao mostrar uma família negra de classe média, algo provavelmente inédito numa novela até então.

Sonia (Zezé Motta) era uma filha deste clã, uma bem-sucedida arquiteta.

Na trama, ela vive um romance com Cláudio (Marcos Paulo), rapaz branco e de família rica. A história de amor era reprovada pelo pai dele, Alfredo Fraga Dantas (Hugo Carvana), um homem conservador e racista.

Porém, o casal não foi bem recebido pelo público. Em entrevista ao Conversa com Bial, Zezé Motta relembrou os ataques racistas que sofreu na época.

“As reações foram violentas (…) Um homem disse que se fosse ator e estivesse precisando de dinheiro e a televisão obrigasse a beijar uma negra feia e horrorosa ‘como aquela’, chegaria em casa todos os dias e desinfetaria a boca com água sanitária. (…) Teve uma empregada doméstica que disse que toda vez que o casal se beijava, ela trocava de canal porque não acreditava nesse amor. (…) Outro disse que não acreditava que Marcos Paulo estivesse tão necessitado de dinheiro para passar por essa humilhação”, disse.