Primeiro artista latino a bater um milhão de cópias vendidas nos Estados Unidos, e intérprete de grandes sucessos das décadas de 1960 e 1970, Nelson Ned será reverenciado em uma série do Canal Brasil.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A produção da Boutique Filmes terá como base a biografia, que a Companhia das Letras lançará em breve, escrita pelo jornalista e diretor André Barcinski – um dos roteiristas de O Rei da TV, enredo ficcional pautado pela vida e a obra de Silvio Santos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A ascensão de Nelson Ned
Nelson Ned nasceu em Ubá, Minas Gerais, em 2 de março de 1947. Ele foi o único dos sete irmãos a nascer com displasia espôndilo-epifisária, o que fez com que tivesse, já na vida adulta, apenas 1,12m de altura.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
A música entrou em sua vida ainda na infância. Premiado numa rádio de sua cidade, Nelson seguiu para o Rio de Janeiro, aos 17 anos, trabalhando numa fábrica de chocolates durante o dia e cantando em boates na noite. Menor de idade, ele se escondia embaixo do balcão das casas noturnas sempre que o Juizado de Menores realizava fiscalizações.
A carreira de Ned deslanchou com a canção Tudo Passará, de 1969. Ele se tornou presença obrigatória em estações de rádio e de TV. O animador Abelardo Barbosa, o Chacrinha, era considerado pelo próprio como o pai de sua trajetória artística.
“Ele foi um divisor de águas na minha vida. Me deu oportunidade e comida. Devo muito ao falecido amigo. Foi muito difícil ser cantor de brega e anão neste país”, contou Nelson Ned, em entrevista ao portal G1, em 2012.
Êxito no exterior
Nelson lançou 32 discos, em português e espanhol, somando 45 milhões de cópias vendidas. Suas composições foram gravadas por nomes como Moacyr Franco, Antônio Marcos e Agnaldo Timóteo.
Em suas apresentações, o artista atraiu multidões! Ele subiu no palco em países da América Latina e da Europa. Também passou por casas de espetáculos de renome nos Estados Unidos, como o Carnegie Hall e o Madison Square Garden.
“Eu tremia demais quando pisei nesses palcos. Foi grandioso. Falar disso me emociona demais”, relembrou Ned, que confessou se sentir mais respeitado, e tratado com menos preconceito, no exterior.
“Lá fora eu não tinha rosto, era só uma grande voz”, afirmou ele, que dividiu os microfones com astros como o espanhol Julio Iglesias e o americano Tonny Bennett.
Conversão e polêmicas
Na década de 1990, Nelson Ned se converteu à religião evangélica. Ele passou a gravar músicas do gênero gospel.
Em 1996, o cantor lançou sua biografia. O Pequeno Gigante da Canção – em referência à altura, de 1 metro e 12 centímetros – contou com relatos sobre a depressão no auge da carreira e o consumo excessivo de álcool e drogas.
Em entrevista ao programa A Tarde É Sua, em 2012, Maria Aparecida, mulher do artista, relatou que, numa ocasião em que estava bêbado, Nelson pegou um revólver e disparou contra ela. O tiro acertou a clavícula de Maria.
Problemas de saúde e morte
Em 2003, Ned sofreu um AVC. Ele também perdeu a visão do olho direito e passou a usar uma cadeira de rodas para se locomover. A saúde padeceu com as lutas contra a hipertensão e o diabetes, além do Alzheimer.
No fim de 2013, ele deixou a casa adaptada em que vivia, passando a morar numa clínica de repouso em Cotia, São Paulo. Nelson Ned foi hospitalizado em 4 de janeiro de 2014, com pneumonia, infecção respiratória aguda e infecção urinária. Ele faleceu no dia seguinte, aos 66 anos.
Nelson teve três filhos: Ana Verônica, Nelson Ned Jr e Monalisa, frutos do relacionamento com Marli. Anos mais tarde, ele se casou com Maria Aparecida.