Com 40 anos de carreira dedicados ao teatro, o ator Hilton Cobra, de 67 anos, ganhou o seu primeiro papel fixo na televisão em Fuzuê, atual novela das sete da Globo. Antes disso, ele havia feito apenas uma pequena participação numa novela produzida em 1992.

Hilton Cobra como Cata Ouro em Fuzuê
Hilton Cobra como Cata Ouro em Fuzuê (divulgação/Globo)

No folhetim escrito por Gustavo Reiz o veterano dá vida ao personagem Cata Ouro, um tipo que perambula pela cidade e vive como sucateiro recolhendo objetos das ruas ao lado de sua cadela chamada Gata.

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Tesouro

Fuzuê - Giovana Cordeiro e Nicolas Prattes
Giovana Cordeiro (Luna) e Nicolas Prattes (Miguel) em Fuzuê (Fábio Rocha / Globo)

O jeito delirante de ser de Cata Ouro esconde, na verdade, a sua grande relação com o tesouro da trama, que o colocará, nos próximos capítulos, como um importante aliado de Luna (Giovana Cordeiro) e Miguel (Nicolas Prattes).

Hilton Cobra tem longa trajetória nos palcos, mas nas novelas essa é a primeira oportunidade do artista mostrar seu talento ao grande público. Antes, ele havia feito somente participações em um episódio das séries A Justiceira (1997), Brava Gente (2001) e Pastores da Noite (2002). Além disso, fez uma ponta em Perigosas Peruas (1992).

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Luta por diversidade

O ator Hilton Cobra
O ator Hilton Cobra (foto: Kaian Alves)

O artista fundou em 2001 Cia dos Comuns, um grupo para ampliar a presença de atores negros na televisão. Para ele, a diversidade no elenco da trama global é algo que o deixa feliz.

“Queria chamar atenção para uma coisa que nos é muito cara e muito boa, a quantidade de atores e atrizes negros nessa novela”, disse Cobra, no mês passado, à Caras Digital.

“Acho que é graças a nossa militância de três ou quatro décadas, que finalmente se traduz nessa oportunidade para nós pretos e pretas pela nossa arte (…) Também pela possibilidade de desenvolver alguma coisa no enredo e além do trabalho, o salário é muito bom”, avaliou.

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Quem é o ator que vive Cata Ouro em Fuzuê?

Lázaro Ramos e Hilton Cobra no programa Espelho
Lázaro Ramos e Hilton Cobra no programa Espelho (divulgação/canal Brasil)

José Hilton Santos Almeida, ou Cobrinha, nasceu em Feira de Santana, na Bahia, em 25 de maio de 1956, curiosamente o dia dedicado ao continente africano. O profissional tem uma vida dedicada às artes, sobretudo na expansão do negro no cenário cultural nacional.

Ele foi diretor do Centro Cultural José Bonifácio, da Prefeitura do Rio de Janeiro, entre 1993 e 2000. Neste período, Hilton produziu e criou obras marcantes como  “Nossas Yabás”, “Projeto Griot”, “Zumbi Rio – 300 Anos”, “Kilunge – Feira do Livro Afro-brasileiro” e “Fazendo Arte”.

Com sua companhia, montou “A Roda do Mundo”, em 2001, “Candances – A Reconstrução do Fogo”, em 2003, “Bakulo” – Os Bem Lembrados, de 2005, e “Silêncio”, em 2007.

Em 2008, recebeu o Prêmio de Melhor Ator de curta no Festival de Cinema de Brasília. Por suas contribuições, foi declarado presidente da Fundação Cultural Palmares em 2013, a convite da então Ministra da Cultura Marta Suplicy.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor