Uma das juradas mais queridas do Cassino do Chacrinha e do Show de Calouros, comandado por Silvio Santos (foto abaixo), Elke Maravilha passou por dificuldades financeiras em seus últimos anos de vida.

Programa Silvio Santos
Silvio Santos à frente de seu dominical (Reprodução / SBT)

Após a morte da artista – que também marcou presença nas passarelas e na teledramaturgia –, a família precisou se desfazer de objetos deixados por ela para resolver as pendências.

A estrela Elke

Show de Calouros - Elke Maravilha e Wagner Montes
Elke Maravilha e Wagner Montes no Show de Calouros (Reprodução / Web)

Nascida em Leningrado, na Rússia, em 22 de fevereiro de 1945, Elke Maravilha veio para o Brasil com os pais, fugindo da pobreza causada pela Segunda Guerra Mundial. A celebridade, então com 6 anos, se instalou com a família em Itabira, Minas Gerais. Os quatros irmãos dela nasceram aqui.

Na década de 1960, Elke passou pelos cursos de Filosofia, Medicina e Letras na UFRGS, onde se formou tradutora e intérprete de línguas estrangeiras. No mesmo período, ela ingressou nas passarelas. Como modelo e manequim, Maravilha aproximou-se de Zuzu Angel, um dos expoentes da moda no Brasil.

Tempos depois, ingressou na TV como jurada dos programas de Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Com a morte do apresentador, em 1988, ela seguiu para o SBT, onde integrou o time do Show de Calouros, de Silvio Santos.

Elke Maravilha também passou pelo cinema, atuando em sucessos como Xica da Silva (1976) e Pixote – A Lei do Mais Fraco (1981). Na TV, brilhou na minissérie Memórias de um Gigolô (1986), da Globo. A última novela foi Luz do Sol (2007), na Record, e o trabalho com o qual encerrou a carreira foi no Fantástico, em 2015.

Problemas financeiros

Elke Maravilha
Elke Maravilha

Apesar de estar envolvida, ao longo de toda a carreira, em muitos projetos, Elke Maravilha enfrentou dificuldades financeiras. Perto do fim da vida, ela perdeu o apartamento que tinha na Avenida Paulista, em São Paulo, capital.

Elke faleceu em 16 de agosto de 2016, aos 71 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Seu corpo foi enterrado no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.

Um ano depois, sem conseguir arcar com as despesas que a famosa deixou, os familiares dela passaram a comercializar objetos de seu acervo.

Liquidação para saldar dívidas

Elke Maravilha
Elke Maravilha (Reprodução / Web)

Através da página Bazar Elke Maravilha, no Facebook, os parentes ofereceram anéis, pulseias, colares, botas e túnicas, além de adereços para a cabeça e uma coleção de perucas de todas as cores e tamanhos.

Os preços dos anéis variavam entre R$ 800 a R$ 8 mil. As perucas iam de R$ 200 a R$ 1,2 mil. Já os adereços de cabeça circulavam na faixa de R$ 1 mil.

Frederico, um dos irmãos da artista, precisou reformar o apartamento alugado por ela no bairro do Leme, zona sul do Rio. O dinheiro das vendas foi revertido para a nova pintura do imóvel – tirando o vermelho das paredes – e reparos na parte elétrica e hidráulica.

“Não havia dinheiro para arcar com essa despesa, pois tivemos que devolver alguns cachês de presença vip que não puderam ser cumpridos. O valor da venda de alguns itens nos ajudou bastante”, revelou ele em entrevista ao jornal Extra, em agosto de 2017.

Já Maurício Domiciano, amigo da família e organizador do bazar, lamentou tais vendas:

“Cada peça que sai, leva um pedacinho da Elke. Não pensem que é fácil fazer isso”.

Compartilhar.
Avatar photo

Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor