Promessa da Globo nos anos 1990, Daniela Camargo nasceu em Ibitinga (SP) em 6 de agosto de 1963. Ela acabou deixando as novelas por causa de sua família, como vamos explicar mais abaixo.

Daniela Camargo

Criada em Campinas, ela desejou ser atriz após assistir à peça Chapeuzinho Vermelho. Decidiu fazer um book para levar às agências de modelo, mas como sua mãe não quis pagar pelas fotos, ela começou a vender camisetas para amigos e viajou sozinha para São Paulo.

A bela ruiva fez parte do casting de diversas agências de publicidade na adolescência e estudou na Escola de Arte Dramática da USP, além de fazer o curso de vídeo do diretor Atílio Riccó.

Quando estava prestes a retornar para São Paulo, ela recebeu um convite do diretor Dennis Carvalho para atuar na novela Mico Preto (1990). Antes de trabalhar em seu primeiro folhetim, Daniela já havia apresentado o Caso Verdade, na Globo, em 1986.

Sonho Meu
Daniela Camargo em Sonho Meu (Reprodução / Globo)

Na trama, ela teve a oportunidade de trabalhar ao lado de atores como Márcia Real, José Wilker, Luis Gustavo e Louise Cardoso. Em seguida, foi para a Rede Manchete, onde fez a minissérie Ilhas das Bruxas, em 1991.

No mesmo ano, retornou para a Globo para atuar em Vamp, em que viveu seu primeiro papel de destaque, Lena, a filha mais velha de Carmem Maura (Joana Fomm). A personagem fazia parte de um triângulo amoroso com Felipe (Fábio Assunção) e a vampira Natasha (Claudia Ohana). Em Sonho Meu (1993), ela interpretou Francisca, que acabou se casando com o mordomo Giácomo (Eri Johnson).

Passagem pelo SBT e protagonista de minissérie bíblica

Os Ossos do Barão
Os Ossos do Barão (Reprodução / SBT)

Após o fim de Sonho Meu, a artista passou uma temporada em Nova Iorque e, quando retornou, foi convidada para interpretar a Amália na novela As Pupilas do Senhor Reitor, do SBT, em 1994. Ela atuou também em outras produções da casa, como Antônio Alves, Taxista (1996) e Os Ossos do Barão (1997).

“A Amália é uma das minhas personagens favoritas, eu mergulhei nessa personagem que me foi dada. Antônio Alves, o taxista foi uma experiência boa, passamos quase cinco meses em Buenos Aires gravando. Tivemos dificuldades com a parte técnica, mas valeu a experiência.

Os Ossos do Barão foi muito gratificante também, uma bela personagem, um grande elenco. No final, já sentíamos que o SBT estava com dificuldades. Eu particularmente ganhei uma experiência muito boa nessa época”, declarou em entrevista ao Blog Na TV Crítica, em junho de 2011.

Daniela teve também uma passagem pela Record, onde atuou nas minisséries Por Amor e Ódio (1997), Alma de Pedra (1998) e A História de Ester (1998).

“Meus trabalhos na Record foram bons, protagonizei essas três minisséries. Não tive nenhum problema pelo fato de a emissora ser de uma religião específica, não misturo as coisas. Oportunidade de trabalho, de exercitar o meu ofício, feito com profissionalismo, não vejo por que preconceito”, afirmou.

Depois de um tempo afastada do veículo, ela retornou à telinha em 2007, na novela Dance Dance Dance, da Bandeirantes, como a inspetora Lee. Em 2012, fez uma participação especial na novela Avenida Brasil, até o momento seu último trabalho no gênero.

Mãe 24 horas por dia

Daniela Camargo e filhos

Há mais de 10 anos afastada das novelas, Daniela Camargo abdicou da carreira para cuidar da família, principalmente dos dois filhos, Aaron e Hanah.

“Sou mãe 24 horas por dia. É o trabalho mais intenso que existe”, declarou a atriz ao Gshow em 30 de junho de 2015.

Na entrevista, ela comentou que se sente privilegiada por poder estar em tempo integral ao lado dos adolescentes.

“É tão sagrado, maravilhoso e especial! Eu sinto que realmente estou os educando para o mundo. E por incrível que pareça não sobra tempo, faltam horas”, relatou. “Tenho saudade de atuar, do trabalho em si, mas é muita correria”, completou.

Aos 50 anos de idade e casada com o arquiteto Alex Lipszyc, ela finalizou o bate-papo dizendo que ainda é reconhecida nas ruas pelos trabalhos em Vamp e Sonho Meu, mas que o assédio não é mais o mesmo de antes.

“Foi uma experiência intensa e também assustadora. Hoje eu gosto da tranquilidade do anonimato”, revelou.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor