Sucesso entre o público entre os anos 1990 e 2000, o Linha Direta voltou à tela da Globo na última semana, desta vez sob o comando de Pedro Bial (foto abaixo).
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A atração, famosa por levar para a televisão casos policiais não solucionados, ficou marcada por apresentar crimes que pararam o país.
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Porém, diferentemente de muitas famílias que buscam justiça e querem expor sua insatisfação no formato, uma em especial se recusou a gravar depoimentos para o programa.
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Caso Rubens Paiva
Rubens Beyrodt Paiva (foto acima) foi um político brasileiro que desapareceu aos 41 anos, na época do regime da Ditadura Militar no país, nos anos 70. Sua morte só foi confirmada 40 anos depois de seu misterioso desaparecimento.
As verdades por trás do sumiço ficaram durante anos ocultas da mídia e só vieram à tona com a instauração da Comissão da Verdade, que apurou as graves violações dos direitos humanos na época da repressão.
Família disse não
O programa que reconstituía e denunciava casos violentos e sem solução era tachado por apresentar um conteúdo fortemente policial. Por isso, de acordo com a Folha de S. Paulo de 5 de maio de 2006, os familiares de Rubens (na foto acima com a esposa, Eunice) se negaram a falar sobre o desaparecimento do político, que também era engenheiro civil.
Foi a segunda recusa dos parentes para falar sobre o caso na tela da Globo. Ainda segundo a publicação, eles já haviam se negado a participar de um programa do próprio Pedro Bial sobre desaparecidos do regime militar, em 1999.
Dado como morto anos depois
A morte de Rubens Paiva foi constatada somente quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (na foto acima, com Lula) sancionou, em 1996, a Lei dos Desaparecidos, ocasião em que finalmente foi emitido um atestado de óbito, 25 anos após o seu sumiço. Seu corpo, no entanto, nunca foi encontrado.
Paiva foi visto pela última vez antes de ser levado por homens fortemente armados, que se nomearam como membros da aeronáutica, em 20 de janeiro de 1971, mesmo sem mandado oficial de prisão.
A verdade sobre o sumiço de Rubens Paiva
Mesmo não sendo exibido no Linha Direta, o caso Rubens Paiva levantou muita hipóteses ao longo dos anos. Uma delas dizia que o governo militar armou uma cena de um suposto resgate do político por amigos, que teria resultado em um tiroteio e sua morte, quando o Fusca em que estava pegou fogo.
A hipótese caiu por terra através da CNV (Comissão Nacional da Verdade) que, após diversos depoimentos, constatou que o líder estudantil morreu pouco após ser levado preso, entre 20 e 22 de janeiro.
Rubens teve os seus restos mortais enterrados no Alto do Boa Vista, no Rio de Janeiro e, posteriormente, na praia do Recreio dos Bandeirantes, praticamente inabitável na época. Anos depois, foi revelado que mais uma vez o corpo foi escavado e, dessa vez, jogado no mar.
Em fevereiro de 2014, a comissão denunciou o ex-tenente do exército, Antônio Fernando Hughes de Carvalho, oficial do CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) ligado à Cisa (Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica), como assassino de Rubens.