Com exclusividade, o TV História traz para você, leitor, as três novelas de maior público do Canal Viva em cada um dos três horários destinados aos folhetins – 14h30, 15h30 e 23h30.

Novelas das 14h30

O terceiro lugar deste primeiro horário fica com Meu Bem, Meu Mal (março a outubro de 2016). Folhetim clássico, repleto de clichês, do consagrado Cassiano Gabus Mendes, ‘Meu Bem’ traz uma história de vingança que mobiliza os amantes Isadora Venturini (Sílvia Pfeifer) e Ricardo Miranda (José Mayer): ela, alvo de Mimi Toledo (Ísis de Oliveira) e Berenice (Nívea Maria), ludibriada pelo falso rico Doca (Cássio Gabus Mendes); ele, na mira de Patrícia (Adriana Esteves), que não resiste à tentação representada pelo homem que levou seu pai à bancarrota. Enquanto destilam hostilidade na frente de Lázaro Venturini (Lima Duarte), Isadora e Ricardo camuflam a paixão e travam, veladamente, uma disputa pelo poder da empresa de designers onde a ação da novela transcorre.

Mal estreou e Fera Radical já tem o segundo maior público da faixa das 14h30. Exibida em 1988, a novela de Walther Negrão era aguardada há tempos pelos telespectadores do canal. O resultado de tanta expectativa se converteu em audiência. Aqui, Cláudia (Malu Mader) agita a pacata Rio Novo, buscando vingar-se da chacina que dizimou sua família – e que acredita ter sido comandada por Altino Flores (Paulo Goulart). O problema é que Cláudia esbarra na acolhida carinhosa do fazendeiro, bem como no interesse crescente pelo filho dele, o peão Fernando (José Mayer). E ao mesmo tempo, minimiza a ira de Joana Flores (Yara Amaral), a matriarca do clã.

Recebida com certa animosidade por parte da “comunidade noveleira” – que reclama das reexibições “constantes” da trama – A Viagem (julho de 2014 a janeiro de 2015) fez bonito em sua passagem pelo Viva, sagrando-se a ocupante do primeiro lugar dentre todas as produções veiculadas às 14h30. Prestes a ser lançada em DVD, a novela de Ivani Ribeiro opõe o marginal Alexandre Toledo (Guilherme Fontes) e o criminalista Otávio Jordão (Antonio Fagundes). Entre eles está Dinah, irmã do primeiro e algoz, posteriormente amada, do segundo. Os três precisam sanar as dívidas de encarnações passadas, em vida ou após a morte. A exibição no Viva reposicionou o personagem Alexandre, elevado pelo público à categoria “meme de rede social”.

Novelas das 15h30

É de Manoel Carlos o terceiro posto no pódio das 15h30. História de Amor (março a novembro de 2014) veio para dar consagrar o novo contexto da faixa: saíam as tramas mais engraçadinhas, como Vamp (1991) e Top Model (1989); vinham folhetins em perfeito equilíbrio de drama e romance, casos de Felicidade (1991) e Anjo Mau (1997). ‘História’, das 18h, carimbou o passaporte do autor Manoel Carlos para às 20h. No centro da narrativa está a mais palatável das Helenas (Regina Duarte), lidando com a gravidez precoce da filha Joyce (Carla Marins, uma peste), com as intempéries do ex-marido machista Assunção (Nuno Leal Maia) e com o amor por Carlos (José Mayer), eternamente perseguido por Paula (Carolina Ferraz) e Sheila (Lília Cabral).

Outra trama de Ivani Ribeiro, já bastante repetida, fica com o segundo lugar. Mulheres de Areia (fevereiro a outubro de 2016), o maior sucesso das 18h na década de 90, traz o conflito clássico das irmãs de fisionomias idênticas e personalidades divergentes. A apática Ruth (Glória Pires) é facilmente enganada por Raquel (também Glória), que lhe surrupia o bom partido Marcos (Guilherme Fontes). Eis que um acidente de barco coloca a gêmea boa no lugar da má, num troca engendrada por um sujeito aparentemente incapaz de atinar para tal situação: o deficiente Tonho da Lua (Marcos Frota). Considerando a última reprise na Globo, entre setembro de 2011 e março de 2012, Mulheres de Areia é a trama mais recente do Viva: no ar em fevereiro de 2016.

Tieta repete o fenômeno ocorrido com Fera Radical. Ansiosamente aguarda pelos telespectadores, a novela de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares – baseada na obra de Jorge Amado – já garante o maior público de sua faixa exibição. Neste primeiro lugar do pódio está a “cabrita” (Cláudia Ohana), escorraçada de Santana do Agreste pelo pai Zé Esteves (Sebastião Vasconcellos) e pela irmã Perpétua (Adriana Canabrava). Eis que Tieta (Betty Faria) regressa anos depois, com ares de filha pródiga, levando o progresso para a cidadela e afrontando a fúria da falsa cristã (Joana Fomm), que, fingindo que não, empurra seu filho seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes) para a cama da tia.

Novelas das 23h30

Estreia de Janete Clair no Viva, Pai Herói (outubro de 2016 a maio de 2017) leva a medalha de bronze do horário das 23h30. A trama narrava a trajetória de André Cajarana (Tony Ramos), empenhado em limpar a memória do pai. Para tal, ele deixa a pacata Paço Alegre, Minas Gerais, e muda-se para Nilópolis, Rio de Janeiro. Logo encontra o afeto de duas mulheres de personalidades opostas: a batalhadora Ana Preta (Glória Menezes) e a acomodada Carina (Elizabeth Savala). E também a hostilidade de Bruno Baldaracci (Paulo Autran), seu padrasto. Esta foi a primeira reprise da novela desde a exibição original, em 1979 – no ano seguinte, a Globo exibiu um compacto de uma hora e meia da produção, na comemoração de seus 15 anos de existência.

A prata fica com Laços de Família (fevereiro a outubro de 2016), de Manoel Carlos. Foi a novela mais recente dentre todas as exibidas pelo canal, considerando apenas a exibição original – 15 anos, do término em fevereiro de 2001 para o regresso em fevereiro de 2016. A Helena da vez (Vera Fischer) abdica do jovem Edu (Reynaldo Gianecchini) em favor da filha mimada, Camila (Carolina Dieckmann). Por conta da doença desta, leucemia, Helena, quase sem atinar, abandona o novo namorado, Miguel (Tony Ramos), para se deitar com Pedro (José Mayer), seu ex, pai biológico de Camila. O fruto deste encontro meramente reprodutivo para a quarentona salva sua filha da morte. Destaque para Deborah Secco (Íris), Giovanna Antonelli (Capitu) e Marieta Severo (Alma).

Medalha de ouro para Por Amor, também de Manoel Carlos. Comemorando 20 anos em outubro, a produção já havia sido vista no Viva – logo na estreia do canal, em 2010. Naquela ocasião, mesmo com um número de assinantes menor, a trama conquistou uma audiência considerável. Agora, se sagra como a novela de maior público da faixa em que exibida. O sacrifício da Helena (aqui, Regina Duarte) daqui consiste na troca de seu filho vivo pelo bebê morto de Eduarda (Gabriela Duarte), sua primogênita. A decisão abala seu casamento com Atílio (Antonio Fagundes). A união de Eduarda com Marcelo (Fábio Assunção) também esmorece com as investidas de Laura (Vivianne Pasmanter) e o veneno de Branca (Susana Vieira), a sogra megera.


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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.