No dia 9 de agosto, o público que acompanhava a transmissão de Flamengo 0 x 1 Atlético-MG, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, foi surpreendido com o fim de uma tradição. Depois de 27 anos, a Globo deixou de tocar sua versão para o hino dos clubes no momento do gol.

Apesar das reclamações dos telespectadores nas redes sociais – até a hashtag #VoltaOHinoGlobo bombou no Twitter -, o procedimento é definitivo e a nova trilha veio para ficar.

Oficialmente, a Globo declarou que a mudança ocorreu como “homenagem à diversidade de gêneros musicais e sotaques do país, com referências de samba, funk e ritmos afro-brasileiros”, mas o TV História apurou que existiria outro motivo.

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Em sua conta no Instagram, o narrador Luís Roberto respondeu para um seguidor que a mudança foi motivada por uma questão judicial. Com essa informação em mãos, conversamos com uma fonte de dentro do departamento de Esportes da emissora sobre o que realmente estaria acontecendo.

Os hinos dos clubes brasileiros não são de domínio público; dessa forma, há anos, a cada gol em que um hino toca, a Globo teria que pagar uma taxa ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), escritório privado responsável pela arrecadação e distribuição dos direitos autorais das músicas aos seus autores.

Dentro da nova política de readequações implantada pelo Grupo Globo, essa teria sido mais uma atitude tomada para gerar economia.

Globo e Ecad, inclusive, já travaram disputas em outras oportunidades. Em 2013, foi encerrado um processo do escritório contra a emissora que tramitou por 8 anos e cobrava 2,5% do faturamento bruto global a título de direitos autorais devidos pela execução de músicas durante a programação. Foi feito um acordo e, na época, divulgou-se que a Globo passaria a pagar uma mensalidade proporcional.

“O Ecad informa que as emissoras de televisão aberta pagam mensalmente um valor fixo pelos direitos autorais de execução pública das músicas tocadas em sua programação. Não existe uma cobrança específica relativa aos hinos de clubes – a cobrança do Ecad consiste em uma “blanket license”, o que quer dizer que quem paga direitos autorais ao Ecad pode usar toda e qualquer música, em qualquer quantidade, sem qualquer tipo de restrição. Afirmamos, portanto, que a decisão da emissora acerca da troca de músicas durante o jogo não tem qualquer relação com o pagamento feito ao Ecad. O Ecad informa ainda que Rede Globo está adimplente com o pagamento de direitos autorais e reforça que não precisa ser comunicado a respeito da mudança citada”, informou a assessoria de imprensa do Ecad.

“Para esta edição do Campeonato Brasileiro, a Globo trouxe novidades nas vinhetas sonoras que marcam a abertura da transmissão, as escalações e o anúncio dos gols. Uma homenagem à diversidade de gêneros musicais e sotaques do país, com referências de samba, funk e ritmos afro-brasileiros. As novas vinhetas têm inspiração em qualidades que fizeram do futebol brasileiro o mais vitorioso do mundo, como a ginga, a habilidade e a capacidade de improvisar”, informou a Comunicação da Globo.

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