Começar na TV ainda criança é um desafio. Muitas vezes, o pequeno acaba deixando a vida artística e, mesmo quando decide prosseguir, enfrenta problemas em se manter no ar por toda a vida.
Esse foi o caso de Narjara Turetta, que estreou aos cinco anos de idade no programa A Grande Gincana, da Record, em 1971, chegando as telenovelas em 1976 através de Papai Coração, pela Tupi, trama que deu origem à versão mexicana de Carinha de Anjo, exibida pelo SBT em 2002. Depois, vieram outros vários trabalhos.
Mas a sua realidade começou a mudar na década de 2000, quando viu as oportunidades se findarem e precisou deixar a carreira para atuar como ambulante.
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Histórico
Após a estreia em folhetins em Papai Coração, Narjara Turetta estrelou outras produções da TV Tupi. A atriz também passou pela TVS Rio, em Solar Paraíso, trama de 1978. Sua chegada à Globo deu-se no ano seguinte, no seriado Malu Mulher, considerado um marco da teledramaturgia. Seu trabalho como a filha da protagonista vivida por Regina Duarte marcou sua carreira.
Depois desse trabalho, emplacou diversos papéis na líder de audiência e foi um dos principais nomes da empresa durante os anos 80 e 90, quando esteve em êxitos como Baila Comigo (1981), Amor Com Amor Se Paga (1984), Selva de Pedra (1985), O Salvador da Pátria (1989), dentre outros projetos.
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Mudança de vida
No entanto, a partir da década de 1990, os convites começaram a rarear. De sua última aparição na TV, na série infantil Caça Talentos, em 1996, foram quatro anos até retornar, porém na Record, trabalhando em Vidas Cruzadas.
Uma nova pausa de quase cinco anos a trouxe de volta em um episódio de Linha Direta, em 2004.
Tanto tempo sem trabalhar e vendo as contas chegarem, Narjara Turetta resolveu arregaçar as mangas e foi vender água de coco com a mãe na porta de seu condomínio.
“No primeiro dia, eu não sabia nem onde enfiava a minha cara. Não sabia por onde começar”, contou à revista Contigo, admitindo que chorava todas as noites.
“As duas [minha mãe e eu] estavam com vergonha. Ficamos em frente ao prédio onde moro. É a tal história, chorava à noite e, pela manhã vendendo meu coco”, contou.
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A volta por cima
Mas ela deu a volta por cima. Após aparecer em entrevistas pedindo trabalho, foi ensaiando um regresso ao ar nas telas da rede que a consagrou, passando a atuar em diversos projetos como Páginas da Vida (2006), Sete Pecados (2008) e Malhação (2010).
Depois dessas, voltou a emplacar personagens quase que anuais como em Morde e Assopra (2011), Salve Jorge (2012), Babilônia (2015), Pé na Cova (2016), O Outro Lado do Paraíso (2017) e Sobre Pressão (2019).
Seu último trabalho foi na série Maldivas, da Netflix, filmada em 2022. A atriz, porém, não cospe no prato que comeu e assume que não se arrepende do que fez para poder se sustentar.
“Todo mundo me enche o saco com essa coisa da água de coco. Não me arrependo, é algo saudável. Dava para pagar as contas direitinho e, por um bom tempo, foi minha salvação”, afirmou.
