Um dos nomes mais requisitados para novelas e bailes de debutantes nas décadas de 1970 e 1980, Mário Cardoso, além de ator, fez carreira como psicólogo e dublador – dando voz a inúmeros personagens em desenhos e filmes de sucesso.
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Natural de Lisboa, nascido em 24 de janeiro de 1950, Mário chegou a fazer curso de instrumentação cirúrgica antes de tornar-se modelo e garoto propaganda de diversas marcas, nos anos 1960.
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Na década seguinte, estreou no cinema através do filme Robin Hood, o Trapalhão da Floresta (1974), ao lado de Renato Aragão e Dedé Santana, ainda sem a companhia de Mussum e Zacarias.
Galã requisitado
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A estreia na TV, como o Ricardo da terceira e última fase de Escalada (1975), despertou a atenção do público feminino. O trabalho seguinte foi como protagonista: Augusto, de A Moreninha (1975), ao lado de Nívea Maria.
Cardoso acumulou outras participações em adaptações literárias às 18h, como O Feijão e o Sonho (1976), Escrava Isaura (1976) e A Sucessora (1978). Ainda nos anos 1970, passou pela faixa das 22h com Nina (1977) e das 19h, em Feijão Maravilha (1979).
Ainda na primeira metade dos anos 1980, após papéis de peso em Coração Alado (1980) e Paraíso (1982), Mário Cardoso migrou para o SBT, onde estrelou Razão de Viver e Vida Roubada, ambas de 1983.
Sucesso na concorrência
Entre idas e vindas por vários canais, Mário se destacou como Clariovaldo, peão apaixonado pela patroa Maria (Mayara Magri) em Dona Beija (1986), da Manchete. Nos anos seguintes, ainda que sem se ausentar da TV, dedicou-se a outras áreas, como a psicologia e a dublagem.
Foram vários os trabalhos no meio, incluindo as novelas mexicanas Maria do Bairro e A Usurpadora, os desenhos As Meninas Superpoderosas, Digimon e Os Simpsons e os programas dos canais Discovery.
Cabe exaltar trabalhos na telinha, neste período, como o capitão-mor Sebastião Albuquerque, de Xica da Silva (1996), e Thiago Paixão, de Amor e Revolução (2011), títulos da Manchete e do SBT.
Vida atual
Cardoso, atualmente com 73 anos, continua atuando como dublador. Ele é diretor de dublagem do estúdio Delart, no Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornal Extra, de 25 de janeiro de 2018, ele comentou sobre o seu envolvimento com tal área:
“Foi uma outra porta que se abriu. Para ser dublador, é preciso o registro de ator. Mas nem todos conseguem fazer esse trabalho. Tem que ter um olho no texto, outro na tela, com uma percepção muito aguçada. É uma interpretação com sincronismo. (…) A qualidade da dublagem feita no Brasil é reconhecida como uma das melhores do mundo”.
Casado há 40 anos com Kátia Rodrigues, e pai de Alice e Daniel, Mário Cardoso afirma que ainda é abordado nas ruas pelos fãs.
“Fiz muitas novelas de sucesso, que me renderam apresentações de bailes de debutantes, convites, viajei o Brasil inteiro”, recordou.
Mário também afirmou que o seu afastamento dos estúdios de TV é visto com muita naturalidade:
“Eu estou vacinado contra isso, já não sofro mais, nem me decepciono. Conheci o sucesso, o insucesso, mas tenho um equilíbrio muito grande. Faço filmes, séries, realities show, só que estou por trás das câmeras. Sou feliz, isso é o que importa”.