O ator Betito Tavares, o Cardosinho de Coração de Estudante (2002), novela em reprise no Canal Viva, morreu no dia 15 de dezembro do ano passado, aos 42 anos.

Ele padecia, há cerca de uma década, com a esquizofrenia. O transtorno psiquiátrico, que causa alucinações e delírios, acabou por afastá-lo da carreira artística.

“Não queria o tratamento”

Coração de Estudante - Betito Tavares
Reprodução / Globo

Em entrevista ao portal UOL, Milena Tavares, irmã de Betito, contou detalhes dos últimos anos de vida do artista e revelou a causa de sua morte. Ela também lamentou o estigma relacionado à doença.

“Foi difícil cair a ficha de que havia um problema psiquiátrico. Quando a gente percebeu, foi difícil fazer ele entender que tinha. Ele não aceitava o problema… Quando a gente conseguiu fazer algo, já estava um pouco avançado. Passamos uns oito anos tentando, mas era bicho solto, cavalo selvagem que não dava para prender. Não queria o tratamento”, confessou.

Suicídio

Betito Tavares
Reprodução / Instagram

No auge na carreira, com papéis na TV e no teatro, Betito Tavares precisou lidar com os problemas relacionados à esquizofrenia. O transtorno afetou o trabalho e ele passou a se sentir sozinho e desprezado, de acordo com Milena, também atriz.

“Ele estava controlado, tomando remédio, fazendo o tratamento, mas, infelizmente, não aguentou o tratamento, não aguentou a tristeza, não aguentou a vida que ia para um caminho que ele não queria. E tirou a própria vida…”, lastimou.

“A doença tirou tudo”

Betito Tavares e Milena Tavares
Reprodução / Instagram

Betito enfrentou seis meses de internação, em 2021. Recentemente, com a volta de Coração de Estudante através do Canal Viva, um produtor da Globo o procurou. O profissional pediu para que ele atualizasse o cadastro de ator na emissora, o que o deixou ainda mais triste. Com a doença, ele não conseguia mais decorar textos.

“Isso fez com que ele ficasse triste, ainda mais. A esquizofrenia provoca depressão… É muito difícil ver um transtorno tirar o brilho tão grande da pessoa. Há muito preconceito e ele ficou sozinho. Tinha fama, visibilidade e, de repente, a doença tirou tudo”, concluiu Milena.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor