Ex-ator da Globo desistiu de lutar contra a esquizofrenia: “Não aguentou”
06/05/2023 às 14h49
O ator Betito Tavares, o Cardosinho de Coração de Estudante (2002), novela em reprise no Canal Viva, morreu no dia 15 de dezembro do ano passado, aos 42 anos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ele padecia, há cerca de uma década, com a esquizofrenia. O transtorno psiquiátrico, que causa alucinações e delírios, acabou por afastá-lo da carreira artística.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Não queria o tratamento”
Em entrevista ao portal UOL, Milena Tavares, irmã de Betito, contou detalhes dos últimos anos de vida do artista e revelou a causa de sua morte. Ela também lamentou o estigma relacionado à doença.
“Foi difícil cair a ficha de que havia um problema psiquiátrico. Quando a gente percebeu, foi difícil fazer ele entender que tinha. Ele não aceitava o problema… Quando a gente conseguiu fazer algo, já estava um pouco avançado. Passamos uns oito anos tentando, mas era bicho solto, cavalo selvagem que não dava para prender. Não queria o tratamento”, confessou.
LEIA TAMBÉM:
● Após lutar contra câncer, ex-apresentadora do Jornal da Manchete morre aos 65 anos
● Artista de Toma Lá, Dá Cá se recusou a tratar câncer: “Estado terminal”
● Após ser resgatado pela Praça, humorista perdeu luta contra a Aids
Suicídio
No auge na carreira, com papéis na TV e no teatro, Betito Tavares precisou lidar com os problemas relacionados à esquizofrenia. O transtorno afetou o trabalho e ele passou a se sentir sozinho e desprezado, de acordo com Milena, também atriz.
“Ele estava controlado, tomando remédio, fazendo o tratamento, mas, infelizmente, não aguentou o tratamento, não aguentou a tristeza, não aguentou a vida que ia para um caminho que ele não queria. E tirou a própria vida…”, lastimou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“A doença tirou tudo”
Betito enfrentou seis meses de internação, em 2021. Recentemente, com a volta de Coração de Estudante através do Canal Viva, um produtor da Globo o procurou. O profissional pediu para que ele atualizasse o cadastro de ator na emissora, o que o deixou ainda mais triste. Com a doença, ele não conseguia mais decorar textos.
“Isso fez com que ele ficasse triste, ainda mais. A esquizofrenia provoca depressão… É muito difícil ver um transtorno tirar o brilho tão grande da pessoa. Há muito preconceito e ele ficou sozinho. Tinha fama, visibilidade e, de repente, a doença tirou tudo”, concluiu Milena.