A primeira versão de Pantanal, produzida pela TV Manchete em 1990, foi um marco da televisão brasileira por vários motivos. Além das belas paisagens, personagens marcantes e a trama envolvente, a novela também ficou famosa por conta da alta dose de erotismo de suas cenas. Sequências de nudez em antológicos banhos de rio são icônicas.

Pantanal

Na nova versão, no ar na Globo, tais sequências são muito mais comportadas. Guta (Julia Dalavia), Jove (Jesuíta Barbosa), Juma (Alanis Guillen), Muda (Bella Campos) e cia. até já apareceram despidos em cena, mas a nudez dos personagens é mostrada de maneira bem mais sutil.

Já na versão da Manchete, a profusão de seios, bumbuns e outras partes do corpo dos atores e atrizes era bastante comum. Isso levou o elenco a momentos de descontração, mas também de algum constrangimento. Até amor platônico aconteceu nas terras pantaneiras da primeira versão.

Winter, o tímido, e Palmeira, o desinibido

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Em depoimento ao canal Família Manchete no Youtube, o ator Marcos Winter, que viveu o Jove na primeira versão de Pantanal, revelou que as sequências de nudez o deixavam constrangido.

“Morria de vergonha. Acho que fui o primeiro homem a aparecer totalmente nu na televisão brasileira. Não é fácil, não. Era na cara e na coragem. Não existia tapa-sexo nem nada. Não é natural você chegar e tirar a roupa diante de 30 pessoas”, revelou o ator.

Mas Winter entregou que alguns colegas de cena já eram bem desinibidos.

“E só quem ficava super à vontade era o Marcos Palmeira [que viveu Tadeu na primeira versão]. Ele chegava e tirava [a roupa], sem cerimônia”, disse.

Desejo reprimido

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Já Giovanna Gold, intérprete de Zefa na primeira versão de Pantanal, revelou que as cenas de nudez não eram um problema.

“Elenco e equipe ficavam na mesma fazenda. Dividíamos o quarto, Muda [Andréa Richa], Juma [Cristiana Oliveira], Zefa. Então nem se discutia [nudez], ao contrário. Todo mundo queria ter pico de ibope”, contou a atriz em entrevista ao site Notícias da TV.

“A questão da nudez era tão natural quanto a proposta da obra. Não usávamos maquiagem, o figurino era de algodão, inclusive a roupa íntima, e tudo era do tamanho que era”, analisou a atriz.

Também ao site Notícias da TV, Giovanna Gold falou que um sentimento mais forte envolveu a atriz e Marcos Palmeira. Zefa e Tadeu formavam um par romântico na trama, num romance que caiu nas graças do público.

“Entre nós, rolou um momento romântico na estufa de plantas do estúdio. Nos declaramos, mas ambos estavam namorando. Eu adorava a namorada dele, ele adorava meu namorado. Então achamos melhor deixar só em cena. Deu certo. Era o desejo reprimido daqueles personagens”, explicou a artista.

Nova versão

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Na versão da TV Globo de Pantanal, as sequências de nudez estão mais comportadas, mas isso não impediu que um sentimento mais forte aparecesse entre alguns integrantes do elenco. Recentemente, surgiram comentários afirmando que Jesuíta Barbosa e Alanis Guillen estariam “se conhecendo melhor”.

A fofoca ganhou força quando os dois atores apareceram se beijando nos bastidores das gravações da novela, na ocasião do aniversário de 24 anos de Alanis. A cena deixou os fãs em polvorosa, acreditando num relacionamento real entre os intérpretes de Juma e Jove.

Numa entrevista sobre o assunto ao Fantástico, os atores negaram o namoro, mas deixaram o flerte nas entrelinhas.

“A gente se ama, se gosta como belos parceiros e aprendizes, mas a gente não namora”, afirmou Alanis Guillen.

“A gente se paquera o tempo todo. Se ama, se gosta”, completou Jesuíta.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor