Atualmente com 43 anos, Manoel Soares recentemente foi promovido na Globo, passando a apresentar o Encontro ao lado de Patrícia Poeta. Mas a trajetória do artista até chegar a esse ponto não foi fácil. Inclusive, ele quase deixou a televisão bem antes de chegar ao atual patamar.

Globo

Em entrevista ao podcast Podpah, o baiano contou que chegou a morar nas ruas em Porto Alegre (RS), onde se estabeleceu entre 1997 e 2016. A gráfica onde ele trabalhava faliu. Sem trabalho fixo, Manoel disse que ficou algum tempo nessa situação.

“Por volta de 1999, o emprego que a gente recebeu caiu, a gente ficou sem nada. Meu irmão, que tinha ido junto comigo, voltou e eu virei morador de rua. Tinha 19 para 20 anos”, relembrou.

Ele também explicou como se sustentava na época. Uma das formas de faturar algum era fazer segurança para travestis que ficavam perto do local.

“Na noite, você acaba descobrindo formas de se sustentar. Tinha uns travestis na rua da frente que ninguém cuidava ‘deles’. Os homofóbicos iam lá, tacavam pedra ‘neles’ e tal. ‘Eles’ me chamaram para, se alguém fizesse alguma coisa com ‘eles’, era para eu correr atrás dos caras”, explicou.

“Eu era segurança de travestis na noite. ‘Os caras’ lá se prostituindo, na rua Francisco Trein, ficava um pouco mais à frente… A gente está falando de um cara de 20 e poucos anos, negão, grandão, sem nenhuma malícia de vida”, concluiu.

Pão de queijo

Manoel Soares

Posteriormente, ainda na capital gaúcha, ele deu seus primeiros passos na televisão. Anos depois, quando trabalhava na RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul, ele estava insatisfeito com seu salário e, pensando no futuro, queria sair do canal abrir uma franquia de pão de queijo. O fato também foi revelado na entrevista ao podcast.

“Eu trampava em uma TV do Rio Grande do Sul havia uns 15 anos. Cheguei na ‘nega’ e falei o seguinte: ‘vamos fazer uma franquia de pão de queijo? Porque acho que o nosso futuro está no pão de queijo’. Ela: ‘qual é que é?’. Eu: ‘vamos vender pão de queijo!’. As pessoas de manhã na fila do ônibus, nas paradas, precisam comer alguma coisa, e o pão de queijo é o mais rápido”, explicou.

“Eu tinha feito uma matéria na fila do presídio e vi que tinha muita mulher desempregada que ia lá visitar os irmãos na cadeia. Falei: ‘Vamos botá-las para vender, porque elas também tiram um dinheiro’. Mas precisava de uma grana inicial. A graninha ia ser o quê? A rescisão”, completou.

O projeto não foi para frente – seu chefe no canal disse que ele tinha um grande futuro pela frente. Em seguida, ele foi chamado por Fátima Bernardes para trabalhar no Encontro. Posteriormente, assumiu o É de Casa e foi repórter do Se Joga, voltando recentemente ao Encontro, agora na condição de apresentador.

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