Estrela de Pantanal rejeita nova versão: “Não quero nada com a Globo”
03/07/2022 às 8h02
Quem está acompanhando Pantanal lembra-se, com certeza, de Sérgio Reis, que esteve presente na primeira versão da novela – exibida pela Manchete em 1990.
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Natural de São Paulo, Sérgio cresceu no tradicional bairro de Santana. Começou sua carreira como cantor em meados dos anos 1960 e fez parte até da Jovem Guarda. Coração de Papel foi o primeiro sucesso que ele gravou. Em 1972, resolveu mudar de ares e passou a se dedicar à música sertaneja, lançando o álbum Anjo Triste.
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A mudança de gênero deu certo e logo ele começou a fazer muito sucesso com músicas como Adeus Mariana, Panela Velha, Disco Voador, Filho Adotivo, Pinga ni Mim e Menino da Porteira, entre outras.
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A estreia de Sérgio Reis na atuação foi com o filme Menino da Porteira, inspirado na música de sucesso do próprio cantor. O longa-metragem foi uma verdadeira sensação na época, levando inúmeras pessoas ao cinema. Mágoa de Boiadeiro e O Filho Adotivo foram os outros filmes dos quais o cantor e ator participou.
Na televisão, ele despontou com a novela Paraíso (1982), vivendo Diogo. Já em Fera Radical (1988), ele fez uma participação como ele mesmo. Mas o sucesso viria de fato em 1990…
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Êxito como Tibério
Dono de um hotel no Pantanal, Reis chamou o autor da novela – que se consagrou como o maior sucesso da Manchete – para uma estadia no local.
“Convidei o Benedito [Ruy Barbosa] para passar uns dias descansando na minha pousada e ele ficou maravilhado com o Pantanal. A história toda foi escrita como se a fazenda de José Leôncio (Paulo Gorgulho / Cláudio Marzo) fosse no meu hotel, e muitas cenas são filmadas lá, como o ninho das cobras, por exemplo”, contou ao jornal O Dia.
Na trama, ele viveu Tibério, peão de confiança de José Leôncio. O sucesso do folhetim foi tão grande que Sérgio se tornou sócio de uma empresa de transporte chamada Expresso Pantanal. Mesmo com toda a repercussão, Sérgio Reis planejava acabar com o trabalho na atuação.
“Considero esta a minha despedida como ator. Dependendo do papel, poderia até pensar, mas é muito difícil. Faço sempre o peão, o cantador, esta é a minha imagem, além do que, a novela me absorve muito tempo. Continuando, estaria tirando o lugar de um ator”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.
Mas a história foi diferente… Ele ainda atuou em O Rei do Gado (1996), Ô Coitado! (1999), Canavial de Paixões (2003), Meu Cunhado (2004), Bicho do Mato (2006) e no remake de Paraíso (2009). Além disso, foi apresentador do programa Sérgio Reis, Do Tamanho do Brasil, exibido pela Manchete e pelo SBT.
Confusão com STF
Além da música e da TV, Sérgio Reis virou político e foi eleito Deputado Federal por São Paulo nas eleições de 2014. Por problemas de saúde, ele se afastou da Câmara dos Deputados, mas não da política. Ferrenho defensor do presidente Jair Bolsonaro, ele se meteu em uma polêmica ao ter um áudio vazado, no qual declarava que teria planos para afastar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Esquece esse áudio, pô, eu errei, dá licença de eu errar? Acabou! Morreu! Não fala mais. Eu errei, quero me redimir com esse povo, peço desculpas até ao Supremo. Se tiver algum pedido para me prender, aceito, com respeito. Não saí daqui, não me escondi. Se às 6h da manhã vier a Polícia Federal, eu me entrego”, disse em 2021 durante uma entrevista a Roberto Cabrini.
“Benção” para o novo Tibério
Na nova versão de Pantanal, Guito ficou com o papel de Sérgio. O intérprete atual contou que teve a “bênção” do cantor.
“Ele disse que está gostando muito da novela, brincou comigo. Foi bom saber que ele está na estrada também, fazendo shows. Sérgio Reis é outra grande referência pra mim na música sertaneja”, disse o cantor e ator ao Extra.
Contudo, Sérgio Reis nem cogitou qualquer tipo de participação na trama:
“Eu não quero me aliar à Globo, não vou ajudar a Globo em nada. Não, não, nem cogitaram. Eu sou Bolsonaro. Quem é Bolsonaro eles não põem (no elenco). Entendeu? Aí, eu não vou. Não vai acrescentar nada à minha vida. Não quero fazer nada com a Globo”, contou em entrevista à Folha de S. Paulo.