Estrela da Casa mostra que a Globo se tornou refém de formato

Ana Clara apresenta Estrela da Casa

Ana Clara apresenta Estrela da Casa

André Santana

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Anos atrás, a Record anunciou a criação de realities originais. Surgiram, então, Ilha Record e A Grande Conquista, que nada mais eram que uma mistura de tudo o que já havia sido feito em termos de reality shows. Ou seja, era “original”, mas nem tanto.

Ana Clara apresenta Estrela da Casa

Agora, é a vez da Globo embarcar na mesma onda. Estrela da Casa pretende ser um sucessor do The Voice Brasil, com o objetivo de lançar um novo nome da música. No entanto, a dinâmica do jogo é praticamente a mesma do BBB.

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Isso mostra que a Globo acabou se tornando refém de um formato. A emissora acrescentou a música, passou um verniz e acabou “criando” um novo BBB.

Formato reciclado

Sucesso desde 2002, o Big Brother Brasil assumiu uma posição importante na programação da Globo. O êxito comercial do reality show, somado aos bons resultados de audiência e engajamento, tornou a atração fundamental para as finanças da emissora.

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Por isso mesmo, o canal sempre buscou um formato capaz de arrecadar tanto quanto o BBB no segundo semestre. O The Voice Brasil cumpriu parte deste objetivo, mas sem causar o mesmo frisson. A Globo tentou até ressuscitar o No Limite, também sem sucesso.

Outra tentativa foi ingressar no segmento da culinária com Mestre do Sabor. O talent show foi anunciado como um formato original, mas, na verdade, a equipe de Boninho apenas colocou num caldeirão tudo o que outros formatos do segmento já faziam. Neste sentido, o Mestre do Sabor foi uma espécie de “precursor” do Estrela da Casa.

BBB com música

Ana Clara Lima apresenta Estrela da Casa

Para formatar o Estrela da Casa, a Globo simplesmente replicou toda a estrutura do BBB, mas inserindo uma competição musical em meio às provas. O objetivo é claro: fisgar não apenas os fãs de música, mas, principalmente, os fãs de BBB.

Por isso, o Estrela da Casa segue a mesma agenda do BBB, com eliminações às terças, provas às quintas e votações aos domingos. Toda a dinâmica do game também guarda inúmeras semelhanças com a atração comandada por Tadeu Schmidt.

Assim, em vez de Líder, teremos a ‘Estrela da Semana’. Já o Paredão foi rebatizado de ‘Batalha’. E o ‘Dono do Palco’ conquista uma imunidade, algo próximo ao que acontece com o Anjo do BBB.

Falta de criatividade

Usar o BBB como molde para “criar” um novo programa mostra o quanto a Globo se tornou refém de um único formato. No passado, a emissora demonstrava maior poder de fogo para oferecer uma linha de shows variada, com jornalismo, dramaturgia, entretenimento e humor.

Isso não existe mais. Incapaz de criar algo verdadeiramente novo, a Globo imita a concorrência e passa a “sugar” um único formato até esgotá-lo, recheando sua programação com atrações muito parecidas umas com as outras.

Tudo bem que os tempos são outros e que a principal ordem é faturar. Mas um mínimo de esforço para trazer algo diferente não seria ruim. Em tempos de formatos replicados, a televisão vai ficando mais pobre.

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