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Estratégia errada da Globo faz Pantanal perder fôlego na reta final

Osmar Prado

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Após um período de puro marasmo, no qual nada de interessante acontecia, Pantanal recuperou o fôlego na reta final. O autor Bruno Luperi, que atualiza o texto do avô Benedito Ruy Barbosa, guardou para as últimas semanas alguns dos momentos mais esperados do folhetim, como a castração de Alcides (Juliano Cazarré) e a morte de Tenório (Murilo Benício). Porém, apesar dos vários acontecimentos, a trama vem perdendo fôlego no Ibope.

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A explicação para o fato está no período eleitoral. Com a propaganda política obrigatória exibida toda noite, das 20h30 às 20h55, a grade noturna da Globo foi toda atrasada. Com isso, há duas semanas, Pantanal passou a entrar no ar mais tarde, às 21h55.

A Globo transformou sua principal novela em “novela das dez” justamente quando a trama ruma para seu clímax. Os protagonistas de Pantanal já começam a caminhar para seus respectivos desfechos. Uma reta final de uma novela bem-sucedida costuma atrair o público.

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Mas, por conta do horário, Pantanal viu o público fugir. Segundo o site Notícias da TV, os capítulos exibidos entre 29 de agosto e 3 de setembro registraram uma audiência de 29,4 pontos, menor desempenho da trama desde julho. Entre 15 e 20 de agosto, última semana antes do começo da propaganda política, a trama marcava 31,5 pontos, melhor média semanal desde a estreia. Ou seja, houve uma queda de mais de 2 pontos.

Período eleitoral

Pantanal não é a primeira novela das nove da Globo a ser empurrada para a faixa das 22 horas no período eleitoral. Nas eleições de 2018, a trama da vez era Segundo Sol, de João Emanuel Carneiro, que também foi atrasada durante a exibição da propaganda política. Naquele ano, o Jornal Nacional tinha 50 minutos de duração, e a novela começava às 21h45.

No entanto, nas eleições anteriores, a novela das nove não era tão prejudicada assim pela propaganda política. Em 2014, por exemplo, a faixa destinada aos partidos tinha uma duração maior, das 20h30 às 21h20. Com isso, a Globo adiantou sua grade de programação para acomodar o horário político.

Assim, naquele ano, Geração Brasil, que era a novela das sete, começava às 19h05. Na sequência, às 20h, entrava o Jornal Nacional, com meia hora de duração. Após o horário político, às 21h20, começava Império, a novela das nove em exibição naquele momento.

Ou seja, a Globo poderia ter adotado estratégia parecida com a de 2014. Uma possibilidade seria “fatiar” o Jornal Nacional, com uma primeira parte exibida das 20h às 20h30, e sua continuação entre 20h55 e 21h25. Assim, Pantanal seria mantida em seu horário habitual.

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