Quando alguém fala dos casamentos de Vera Fischer (foto abaixo), o primeiro nome que vem à cabeça é o de Felipe Camargo. O ator se envolveu com a estrela da Globo quando eles contracenaram em Mandala (1987). Eles ficaram juntos até 1995, num relacionamento marcado por muitas brigas e confusões.
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Antes de Felipe, Vera foi casada com outro famoso ator, que, no entanto teve um triste fim. Estamos falando de Perry Salles, que esteve com a atriz entre 1972 e 1988 e acabou sendo acolhido por ela quando estava em estado terminal.
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Carreira de sucesso
Perilúcio José Salles de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, em 6 de março de 1939. Na década de 1960, estreou nos cinemas e, logo depois, vieram os primeiros trabalhos na TV. Ele esteve em Sublime Amor (1967), produzida pela Excelsior, e João Juca Jr. (1969), realizada pela Tupi.
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Na Record, Perry Salles acumulou participações em Tilim (1970), Os Deuses Estão Mortos (1971) e O Príncipe e o Mendigo (1972). A chegada na Globo se deu em 1979, quando foi convidado para Os Gigantes, novela que sua então esposa Vera Fischer estrelava – ao lado de Tarcísio Meira, Francisco Cuoco e Dina Sfat.
Neste período, Vera já era uma estrela. A Miss Brasil 1969 enveredou para a atuação em 1972, mesmo ano em que se casou com Perry. Após a estreia em novelas, com Espelho Mágico (1977), ela emendou sucessivos projetos; entre estes, Sinal de Alerta (1978), Coração Alado (1980) e Brilhante (1981).
No limite da loucura
O crescimento de Fischer contrastava com o declínio de Salles. Além de acumular fracassos nas telonas e nos palcos, ele precisou vender o próprio teatro – o Paiol – para sanar dívidas exorbitantes. O sucesso avassalador da esposa foi demais para o artista, que desabafou em entrevista à Manchete:
“Quase meti uma bala na minha cabeça. (…) Minha companheira, por méritos próprios, foi subindo os degraus e eu fui me anulando. Me diziam coisas dolorosas, que eu já não tinha forças para superar: ‘Com a mulher que você tem, pra que trabalhar?’. Nunca passei para minha mulher o desespero que sentia. Nunca lhe cobrei o sucesso”, disse Perry.
“O poço começou a se aprofundar ainda mais. Era dívida por tudo quanto é lado. Nosso apartamento sendo vendido – um apartamento que já foi vendido e recomprado várias vezes. (…) Eu estava chegando ao fim, àquele ponto de armar o revólver. Mas aí começaram a acontecer coisas incríveis e eu, num último pique, como o afogado que estende a sua mão, iniciei meu renascimento”, complementou.
Com a ajuda da psicanálise, o ator deu a volta por cima. E, com o apoio do diretor Flávio Rangel, ele finalmente alcançou o reconhecimento profissional que tanto almejava. O espetáculo Negócios de Estado, no qual fazia par com Vera, foi considerado sucesso de público e de crítica.
Volta à TV em grande estilo
Ainda na década de 1980, livres de contratos com a Globo, Perry Salles e Vera Fischer negociaram especiais com a Manchete. Os dois voltaram à emissora líder de audiência em Mandala (1987), na qual Perry vivia Laio, o homem que, temeroso quanto à previsão de um guia espiritual, dá o próprio filho para a adoção. Jocasta, personagem de Vera, busca pelo menino durante toda a vida.
Eis que o reencontro entre pai e filho culmina com a profecia: Édipo (Felipe Camargo), num acidente, dá fim à vida de Laio. Posteriormente, ele se envolve com a própria mãe. A novela de Dias Gomes coincidiu com o fim do casamento de Salles e Fischer e o início do relacionamento dela com outro colega de cena, Felipe.
Em 2001, Perry Salles e Vera Fischer voltaram a dividir os estúdios em O Clone. Ela interpretava Yvete, enquanto ele respondia por Mustafá, o primo de Nazira (Eliane Giardini), Mohamed (Antonio Calloni) e Said (Dalton Vigh) que vem ao Brasil a trabalho e acaba envolvido com Noêmia (Elizangela), uma brasileira nada disposta a seguir as tradições muçulmanas.
Estado terminal
Perry sofreu um infarto em 2006, enfrentando um procedimento cirúrgico logo em seguida. Três anos depois, ele foi diagnosticado com um câncer no pulmão, que acabou atingindo seu cérebro.
O ator morreu no Rio de Janeiro em 17 de junho de 2009, aos 70 anos, no apartamento de Vera Fischer, que o acolheu e cuidou dele até o fim. Em matéria exibida no Vídeo Show, ela chegou se emocionar ao falar de Salles, afirmando que ele foi o grande amor de sua vida.
Além de Rafaela, Perry Salles teve mais quatro filhos. Do primeiro casamento, com Milena Chaves, foram três. Do segundo, com a também atriz Miriam Mehler, um rapaz que faleceu em 1990, aos 31 anos, num acidente de moto.