Um dos mais festejados atores brasileiros da atualidade, Wagner Moura se consagrou nas novelas como o vilão Olavo, em Paraíso Tropical (2007). No entanto, esta foi sua segunda (e última) incursão pelos folhetins, já que sua estreia aconteceu mesmo em A Lua me Disse (2005).
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Escrita por Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, a trama trazia o ator e diretor como Gustavo, o mocinho, que disputava o coração da personagem de Adriana Esteves com o vilão defendido por Marcos Pasquim. Esquecida pela Globo, que nunca a reprisou, A Lua me Disse será resgatada em 31 de julho no Globoplay.
Comédia rasgada
Ator, diretor e roteirista, Miguel Falabella se aventurou pelas novelas ao lado da parceira Maria Carmem Barbosa. A dupla fez sucesso com Salsa e Merengue (1996), mas demorou quase dez anos para retornar à faixa das sete, em A Lua me Disse.
A trama seguia o mesmo estilo da novela anterior, um melodrama misturado à comédia cínica e rasgada, recheada de tipos populares e propositadamente exagerados, vários deles com nomes inusitados.
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No centro da trama estava Heloísa (Adriana Esteves), que trava com a ex-sogra Ester (Zezé Polessa) uma batalha pela guarda do filho. A jovem era esposa de Ricardo (Frank Borges), o filho de Ester que morreu num acidente de carro. Desde então, a vilã se dedica a infernizar Heloísa, a quem culpa pela morte do herdeiro favorito.
Ester também é mãe de Gustavo (Wagner Moura), que é secretamente apaixonado por Heloísa. No entanto, ele perde a chance de conquistar o seu amor depois que surge o misterioso Tadeu (Marcos Pasquim), com quem a mocinha se envolve. Mas, no decorrer dos capítulos, Tadeu se revela um vilão e se alia a Ester para destruir Heloísa.
Polêmicas
Zezeh Barbosa (Latoya) e Mary Sheila (Whitney) em A Lua me Disse (Divulgação / Globo)Na trama, Heloísa vivia no Beco da Baiúca, um bairro repleto de tipos recorrentes nas obras de Falabella. Entre eles, a simpática dona Roma (Miguel Magno), que tocava uma pensão; e a divertida Ademilde (Arlete Salles), dona da loja Frango com Tudo Dentro, que passava a vida buscando namorados na internet.
A comédia imperava, mas nem toda graça mostrada em A Lua me Disse foi bem aceita pelo público. A trama causou polêmica por conta das personagens Whitney (Mary Sheila) e Latoya (Zezeh Barbosa), duas mulheres negras que negavam a própria raça e faziam diversas artimanhas para disfarçar seus traços, como usar um pregador de roupas para afinar o nariz. Na época, entidades de defesa dos negros consideraram que a novela incentivava práticas racistas.
A novela também foi criticada por conta dos personagens Zé Bisonho (Luiz Guilherme) e Sulanca (Diva Pacheco), que eram avós do espevitado Odorico (Daniel Torres). De tanto aprontar, o garoto acabou preso numa jaula pelos avós, o que rendeu reclamações.
A Lua me Disse teve média de audiência geral de 33 pontos, resultado considerado morno. No entanto, a trama foi considerada bem-sucedida, já que conseguiu elevar a audiência de sua antecessora, a fracassada Começar de Novo (2004). A novela também foi bem-recebida pela crítica.
Estreia em novelas
A Lua me Disse marcou a estreia de Wagner Moura nas novelas. Na época, o ator já era conhecido pelo seu trabalho no cinema, em longas como Abril Despedaçado (2001), O Caminho das Nuvens (2002) e Deus é Brasileiro (2003), entre outros. Na TV, Wagner já havia aparecido em produções como A Grande Família (2002) e Carga Pesada (2003).
Após protagonizar a série Sexo Frágil (2003) com Vladimir Brichta, Lázaro Ramos e Lucio Mauro Filho, Wagner Moura finalmente estreava nas novelas como o Gustavo de A Lua me Disse. Mas sua carreira como galã de folhetins foi curta: após a trama das sete, ele esteve em Paraíso Tropical e, depois, abandonou o gênero.
O ator esteve ainda nas minisséries JK (2006) e Som & Fúria (2009), na Globo, além de outros trabalhos pontuais. Atualmente, se dedica à carreira internacional.
Assim, o resgate de A Lua me Disse no Globoplay dará ao público a chance de ver Wagner Moura em seu raro momento “galã de novela”. A trama nunca foi reprisada.