Mais de um ano no ar: esquecida, maior novela da história da Globo terminava há 52 anos

Um dos primeiros sucessos da então novata Globo, que tinha apenas quatro anos de vida, A Grande Mentira terminava em 4 de julho de 1969. O dramalhão de Glória Magadan (1920-2001) se tornava, assim, a mais longa novela da história da emissora, em marca que dificilmente será batida.

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A trama era estrelada por nomes do primeiro time da casa, como Cláudio Marzo, que vivia Roberto, e Myrian Pérsia, como Maria Cristina. Ainda estavam no elenco Gilberto Martinho, Neuza Amaral, Hélio Souto, Edney Giovanezzi, Maria Helena Dias, Eloísa Mafalda e Felipe Carone, entre outros.

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A história era simples: ao ser atropelada pelo milionário Roberto Albuquerque Medeiros, a jovem Maria Cristina, moça pobre e simples, se apaixona por ele. Quando é levada para a mansão da família, acaba sendo desprezada por todos, incluindo a mãe do galã, Veridiana, que faz de tudo para separar o casal.

A Grande Mentira estreou em 5 de junho de 1968, mas somente no Rio de Janeiro (RJ). Naquela época, a Globo ainda não transmitia sua programação em rede nacional, o que começou a engatinhar a partir da estreia do Jornal Nacional, em setembro de 1969. Em São Paulo (SP), a novela foi exibida entre junho de 1969 e junho de 1970.

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Com 341 capítulos, a produção é seguida de perto por Irmãos Coragem (1970-1971), que teve 328 episódios, e O Homem que Deve Morrer (1971-1972), com 258.

No ranking das novelas mais longas da história da televisão brasileira, A Grande Mentira fica longe das recordistas, Redenção, da TV Excelsior, com 596 capítulos entre 1966 e 1968, e As Aventuras de Poliana, do SBT, com 563 episódios entre 2018 e 2020.

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Além da longa duração, A Grande Mentira ficou marcada por alguns fatos curiosos. Magadan, que ainda era a toda poderosa diretora do núcleo de dramaturgia da Globo, retirou o casal de protagonistas da história, colocando substitutos em seu lugar. Mas o público reagiu, fazendo com que Marzo e Pérsia voltassem em cena.

A novela foi gravada inteiramente na sede da Globo em São Paulo, onde funcionava a antiga TV Paulista. Sem a estrutura necessária, o elenco precisava virar madrugadas para gravar as cenas, já que outros programas eram feitos no local, como o de Silvio Santos.

Para completar, diretor Marlos Andreucci sofreu um aneurisma durante a gravação de uma cena da novela. Em depoimento ao projeto Memória Globo, a atriz Neuza Amaral enfatizou que o diretor ainda teve a iniciativa de proteger a câmera antes de cair no chão.

Mas nada disso poderá ser visto novamente: assim como diversas outras novelas dos primeiros anos da emissora, não existem mais registros de A Grande Mentira. As fitas provavelmente se perderam nos incêndios sofridos pela Globo nos anos 1970.

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