No Natal, hoje em dia, temos duas certezas: a de que Roberto Carlos terá especial na Globo (mesmo reprisado, como nesse ano) e a de que as redes sociais serão dominadas por posts contrários à uva passa durante todo o mês de dezembro – eu, particularmente, gosto da frutinha.

Em outros tempos (não tão distantes), tínhamos também absoluta convicção de que Xuxa ia aparecer na grade especial de fim de ano da emissora por onde esteve por quase 30 anos.

Pensando nisso, e no gostinho de infância que esta data e que os especiais me trazem, listei abaixo 7 especiais da Rainha dos Baixinhos que, tenho certeza, todo mundo que foi ou é fã da loira gostaria de rever!

O Natal era, costumeiramente, a data em que podíamos ver Xuxa no horário nobre global. Em 1987, foi possível acompanhar uma edição noturna do ‘Xou’, intitulada Natal da Xuxa. No ano seguinte, a apresentadora repetiu o formato, recebendo dois convidados super especiais: o piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna – campeão do torneio daquele ano -, e Roberto Carlos, tão tradicional na programação de dezembro quanto a loira. Foi neste especial que Xuxa desejou “feliz ano novo” para Senna, de 1989 a 1993; a cena acabou relacionada à morte do ídolo, em 1º de maio de 1994. No ano seguinte, a apresentadora passaria a explorar seu lado atriz, configurando o estilo que marcaria seus programas seguintes: uma história lúdica, entremeadas com números musicais e entrevistas.

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Ao chegar aos estúdios do Teatro Fênix, Xuxa é informada de que não haveria gravação naquele dia. Desolada, ela começa a conversar com um assistente de estúdio (interpretado pelo Menudo Robby Rosa), e diz que aquele seria o seu melhor Natal, já que ela poderia ser o Papai Noel de centenas de crianças, uma referência à sua fundação, criada naquele 1989. O especial trouxe uma homenagem de Xuxa à sua produção, incluindo nomes marcantes para a trajetória da apresentadora, como Andréia Sorvetão, Andréia Veiga e Angel, que participavam de uma gincana na qual ganhavam presentes e presenteavam uma determinada instituição de caridade, com um Uno (sensação da época!). Ainda, a presença de irmã Dulce, conhecida como “o anjo bom da Bahia”, por suas ações de caridade.

Fábrica de Ilusões talvez seja a minha primeira lembrança de um especial de Natal de Xuxa, que aqui surgia como Moleque, um garoto que invade a sala de projeção de um antigo cinema, no qual o responsável pelas fitas, Velho (Renato Pupo), decide exibir a película ‘Fábrica de Ilusões’. O programa foi todo entremeado por números musicais do álbum Xou da Xuxa Seis, diferentemente do de 1989, em que as canções da Rainha dos Baixinhos quase não foram executadas. A atração trouxe clipes bastante coloridos, ambientados na tal fábrica de ilusões que deu nome à produção, e contou com Sérgio Mallandro, que estrearia seu programa infantil nas manhãs da Globo no ano seguinte. Milton Nascimento, Elias Gleizer, Glória Menezes e Tarcísio Meira – com a neta Maria Heloísa – também participaram.

O álbum Xou da Xuxa Sete, último da série Xou da Xuxa, trouxe sucessos como ‘Marquei um X’. Com diversos clipes gravados em externas (de praia a acampamento cigano), e outros momentos produzidos em estúdio, o especial de 1992 chamou a atenção pela caracterização de Xuxa como uma velhinha, que a partir de um álbum de recordações, trazia a história de seus antepassados, vistos nos clipes musicais. Este especial é marcante para mim, por se tratar do primeiro Natal em que nem todos os familiares se reuniram na noite do dia 24. No almoço do dia seguinte, no entanto, o assunto era um só: a beleza da Xuxa e a qualidade do programa. Entre os convidados, Deborah Blando, Ricky Martin, Sandy, Simone e a ex-paquita Letícia Spiller, que estreou em novelas naquele ano, em Despedida de Solteiro, às 18h.

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Em 1994, Xuxa voltava a comandar uma atração infantil, após o término do Xou da Xuxa. O Xuxa Park, exibido aos sábados pela manhã, veio embalado por um novo álbum, ‘Sexto Sentido’. As canções deste disco, como ‘Hey DJ’ e ‘Jogo da Rima’, abrilhantaram o especial Crer Para Ver, cujo maior destaque foi Gracinha Curiosa, a personagem vivida por Xuxa, que ficara encarregada, pelo duende Nicolau (Patrick de Oliveira), de entregar uma carta do Papai Noel à Rainha dos Baixinhos. Em sua jornada, Gracinha é confrontada por personagens clássicos das histórias infantis, insatisfeitos com seus destinos – como o Lobo Mau (Francisco Milani), cansado de assustar porquinhos; o Príncipe (Guilherme Karan), que planeja trocar o cavalo por um conversível; a Princesa (Nair Bello), com vontade de trocar o vestido longo por uma minissaia; e a Bruxa (Lucinha Lins), decidida a ficar boazinha.

Pegando carona no sucesso do especial anterior, a atração de 1995 recorria novamente às histórias infantis, em Deu a Louca na Fantasia. Quando a luz da fantasia é aprisionada pelo Mestre do Mal, Xuxa precisa se unir às forças do bem para realocar as coisas em seus devidos lugares. O elenco de primeira contava com Ariclê Perez, Cláudia Jimenez, Miguel Falabella, Pedro Paulo Rangel e Tom Cavalcante. Nos números musicais, versões dos hits do álbum ‘Luz do Meu Caminho’, que trazia sucessos como ‘Salada Mista’. Ainda, a presença da banda Mamonas Assassinas, sensação daquele ano.

Passei um bom tempo longe dos especiais de Xuxa, até o delicioso Xuxa e as Noviças, inspirado no musical As Noviças Rebeldes, adaptado aqui no Brasil por Wolf Maya (responsável pelo programa) na década de 1980. O ponto de partida é a chegada da Irmã Maria da Graça (Xuxa) à Congregação Salut Marie, que está em dívida com o hospital onde várias religiosas, já idosas, estão internadas. Ao lado das Irmãs Gardênia (Marília Pêra), Amnésia (Sylvia Massari), Frida (Rosa Marya Colin) e Maria José (Fafy Siqueira), Maria da Graça produz um espetáculo musical que irá devolver a saúde financeira ao convento – orfanato. A única musical de Xuxa executada aqui foi ‘Lua de Cristal’, hit do álbum ‘Xuxa 5’, lançado em 1990, que embalou o longa-metragem homônimo, lançado no mesmo ano.

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.