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E agora? Escolha errada da Globo condenou Terra e Paixão ao fracasso

Terra e Paixão - Johnny Massaro

Johnny Massaro como Daniel em Terra e Paixão (Reprodução / Globo)

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Até chegar ao título Terra e Paixão, a direção da Globo considerou inúmeras outras possibilidades. Como não conseguiu utilizar Terra Vermelha, o nome “original” sugerido por Walcyr Carrasco, o canal precisou quebrar a cabeça para buscar o título ideal para o folhetim.

Johnny Massaro como Daniel em Terra e Paixão (Reprodução / Globo)

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Mas será que o nome escolhido tem a ver com a história que está sendo contada? Ou havia outras opções melhores? Afinal, ao menos até aqui, há pouca paixão na terra criada por Carrasco.

Terra sem paixão

A princípio, Terra e Paixão parece um nome que resume bem as principais características da novela das nove da Globo. Afinal, é um conflito por terras que dá início à saga de Aline (Barbara Reis) que, por sua vez, desperta diferentes paixões e se vê disputada por três pretendentes: Daniel (Johnny Massaro), Caio (Cauã Reymond) e Jonatas (Paulo Lessa).

Mas, na prática, falta paixão à novela. Embora as histórias românticas sejam a base de um bom folhetim, em Terra e Paixão não há histórias de amor, de fato. Afinal, ninguém embarcou no namoro sem sal de Aline com Daniel. O casal não tinha qualquer afinidade e era bem difícil acreditar nessa paixão.

Já Caio, embora apaixonado por Aline, preferiu acatar a proposta absurda do casamento com Graça (Agatha Moreira). Enquanto isso, Jonatas passa a vida a rodear Aline, mas nunca tomou qualquer atitude para conquistar o coração da amada. Que paixão é essa?

Mais amor, por favor

Débora Falabella (Lucinda) e Ângelo Antônio (Andrade) em Terra e Paixão (João Miguel Júnior / Globo)

Nas tramas paralelas, também não se vê amor ou paixão na trama da Globo. Praticamente todas as relações da novela acontecem por interesse, e é difícil encontrar um personagem na novela que seja fiel ao seu parceiro ou parceira.

Nos primeiros capítulos, o público vibrou com a aproximação entre Lucinda (Débora Falabella) e Marino (Leandro Lima). Mas o delegado, embora pareça mesmo apaixonado pela moça, mantém um caso às escondidas com Graça, que já foi noiva de Daniel e, agora, vai se casar com Caio.

Luigi (Rainer Cadete) trai Petra (Débora Ozório) com Anely (Tatá Werneck) que, por sua vez, também traía Odilon (Jonathan Azevedo). Enquanto isso, Gladys (Leona Cavalli) e Tadeu (Claudio Gabriel) também não são nada fiéis um com o outro. Antônio (Tony Ramos), por sua vez, pulou a cerca recentemente; já Irene (Gloria Pires), pelo jeito, também nunca foi fiel. Ou seja, Terra e Traição parece um título mais adequado à novela.

Título original era melhor

Walcyr Carrrasco (Estevam Avellar / Globo)

Ao apresentar a sinopse de Terra e Paixão, o autor Walcyr Carrasco sugeriu o título Terra Vermelha, justamente em referência à terra produtiva de Aline que é alvo da cobiça de Antônio La Selva. A cor vermelha da terra também serve como referência ao sangue derramado nessa disputa. No entanto, como o título já tinha dono, a Globo tratou de buscar outras alternativas.

Durante um bom tempo, o título Terra Bruta foi considerado e, por pouco, não se tornou o nome definitivo da obra. Eu Sou a Terra, Terra Mãe e até Terra Dourada surgiram como opções.

Pois qualquer uma delas parece fazer mais sentido que Terra e Paixão. Mas, sem dúvidas, Terra Vermelha é a que mais se enquadra, até porque os personagens não cansam de repetir “terra vermelha” para se referir às terras da protagonista. Terra e Paixão ficou “genérico” e sem grande relação com a história que está sendo contada.

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