Nas cinco décadas como contratada da Globo, Gloria Maria estabeleceu amizades e relações de extrema confiança, inclusive no alto escalão.
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Caberá justamente a um dos herdeiros da emissora a responsabilidade de “gerenciar” a herança deixada pela jornalista para as filhas, Laura e Maria.
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O eleito
De acordo com informações do jornalista Léo Dias, do portal Metrópoles, Roberto Marinho Neto (foto), padrinho de uma das filhas de Gloria, é quem está cuidado do inventário. O nome do inventariante causou surpresa, embora os dois fossem próximos.
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A documentação em questão visa levantar todos os bens deixados por Gloria Maria, como imóveis, automóveis, ações, contas em banco e joias, de forma que tudo seja encaminhado às herdeiras.
Ainda segundo Dias, Marinho Neto foi quem acompanhou as filhas da jornalista, ao lado da ex-babá, no último dia 2, quando o falecimento de Gloria foi confirmado pelo hospital Copa Star.
Proximidade
Destaque nos jornalísticos da Globo, Gloria Maria sempre foi bem quista pela família Marinho. Ela chegou a se relacionar com José Roberto Marinho, filho caçula do fundador da emissora, Roberto Marinho.
“Uma das profissionais que Roberto Marinho mais admirava era Gloria Maria, uma mulher negra. Quando José Roberto, filho caçula do empresário que frequentava rodas de samba, jogava capoeira e participava do mundo da cultura das ruas, foi morar com a jornalista, Marinho tratou a relação do filho com a naturalidade dispensada a outros casos”, detalha o livro Roberto Marinho – O Poder Está no Ar, escrito por Leonêncio Nossa.
José Roberto Marinho é tio de Roberto Marinho Neto, o inventariante.
Racismo
José Roberto (foto), atual vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, contou ao livro que, durante o relacionamento, ele testemunhou atos racistas contra Gloria.
“Papai foi tranquilo. Gostava dela, tinha admiração por ela. Mas eu senti o preconceito no Rio quando estava na companhia dela em alguns lugares públicos. Aqui as classes sociais são apartadas”, lamentou.
A jornalista confirmou tais situações em entrevista ao Conversa com Bial, detalhando um caso ocorrido no Country Club, local frequentado pela classe média alta (e branca) do Rio de Janeiro.
“O clube inteiro olhando praquela mesa, eu não sabia o que fazer, e não entendi direito ainda aquela maluquice que era o camping, eu não entendia direito. E eu: ‘José, vamos embora, todo mundo olhando pra gente’. E eu não sabia se era só porque eu era negra ou se era também porque ele era o filho do Roberto Marinho, mas foi um dos momentos assim mais ruins, mais desagradáveis da minha vida, aquela sensação, eu me sentia como um macaco no zoológico, todo mundo ali, esperando a hora de dar uma banana”, relatou.