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Uma das novidades impostas pela pandemia da Covid-19 foi a produção de novelas como obra fechada. Quanto Mais Vida, Melhor!, novela das sete da Globo que está na reta final, entrou no ar praticamente finalizada, numa maneira de evitar possíveis interrupções em eventuais surtos da doença. Mas o novo formato acabou por gerar alguns problemas no andamento da trama.
O mais evidente problema de Quanto Mais Vida, Melhor! é o desenrolar do romance de Neném (Vladimir Brichta) e Rose (Bárbara Colen). Claramente, o autor Mauro Wilson acreditava no casal como a grande história de amor da trama. Desde o primeiro capítulo, a trama dedica um bom tempo ao passado do casal, seus encontros e desencontros.
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No início, a história até pareceu interessante. Os flashbacks situavam o espectador sobre o passado de ambos e os motivos que os levaram a se separar. Além disso, a produção dedicou vários capítulos ao “quase encontro” de Rose e Neném, gerando alguma expectativa.
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No entanto, após o reencontro, o casal Rose e Neném entrou num espiral de repetições que começou a irritar. Isso porque os flashbacks se tornaram insistentes, ao ponto de aborrecer. Enquanto isso, no “presente” o casal entrou numa inconstância que não havia mais motivos para torcer para que eles ficassem juntos.
Rose
A grande prejudicada deste imbróglio foi Rose, que começou a novela como uma mocinha interessante, mas perdeu força quando o romance com Neném entrou no piloto automático. A personagem de Bárbara Colen, com tamanha inconstância, conseguiu irritar a audiência.
Trata-se de um problema que poderia ter sido corrigido se Quanto Mais Vida, Melhor! fosse uma obra aberta. O autor teria a chance de compreender como os personagens estavam sendo recebidos pelo público e mudar a rota deles. Quem sabe, diminuir o número de flashbacks, ou até mesmo separá-los de vez, dando-lhes novos rumos.
Mas, por ser uma novela fechada, Quanto Mais Vida, Melhor! não terá esta oportunidade. Tanto que Rose e Neném, mais uma vez, enfrentarão um revés um tanto chato nos próximos capítulos.
A modelo, de novo, ficará enciumada ao ver o amado com Paula (Giovanna Antonelli) e fará um verdadeiro escândalo. Precisava?
Troca de corpos
Um dos charmes de Quanto Mais Vida, Melhor! foi o plot da troca de corpos dos protagonistas. Paula, Neném, Flávia (Valentina Herszage) e Guilherme (Mateus Solano) tiveram seus corpos trocados pela Morte (A Maia) e se viram obrigados a viver as vidas uns dos outros. A ideia era fazê-los enxergar seus próprios erros a partir de uma nova perspectiva.
A troca se revelou o ponto alto da novela, pois chacoalhou a história e deu personalidade à novela de Mauro Wilson (que é boa, mas carecia de alguma “pimenta”). Deste modo, é fácil concluir que, se Quanto Mais Vida Melhor! fosse uma obra aberta, esta troca poderia ter sido antecipada e até ganhar novos contornos.
Felizmente, Quanto Mais Vida, Melhor! deve ser a única das novas produções da Globo a entrar em cena praticamente finalizada. Além da Ilusão e Pantanal, atualmente em exibição, ainda estão sendo gravadas, permitindo correções de rumo. E Cara e Coragem, a nova novela das sete, também estreará com esta perspectiva.