Zamenza

Mar do Sertão teve um início dos mais promissores, apontando para uma trama clássica de vingança. No entanto, o autor Mário Teixeira resolveu todo o “plot” com menos de um mês de história no ar. Detalhe: ele já havia cometido esse erro em sua novela anterior, O Tempo Não Para (2018).

Mar do Sertão - Sergio Guizé
Reprodução / Globo

Zé Paulino (Sergio Guizé) foi dado como morto e, após uma passagem de tempo de 10 anos, voltou sem nenhuma explicação convincente para o público sobre como sobreviveu e enriqueceu ao longo desta década.

A volta dele não teve nenhum impacto, porque os personagens reagiram como se o rapaz estivesse regressando de uma viagem e não saído de uma cova. Não deu para entender a intenção de Mário Teixeira em aniquilar seu enredo rapidamente, de uma forma tão primária…

Núcleos paralelos

Mar do Sertão - Welder Rodrigues
João Cotta / Globo

A novela das seis, porém, segue com bons índices de audiência. Qual o motivo? Fácil explicar. Todos os personagens exalam carisma e a trama tem bastante leveza.

O enredo é sustentado por esquetes nos núcleos secundários e parte do público se contenta com isso. Porém, não há um arco narrativo. O conflito central anda em círculos e Tertulinho (Renato Góes) virou um vilão repetitivo que planeja matar Zé Paulino desde a estreia.

Vários personagens somem e voltam sem maiores explicações, enquanto o romance dos mocinhos não tem mais para onde caminhar porque Zé e Candoca (Isadora Cruz) nem demoraram muito tempo separados…

Roteiro decepcionante

Mar do Sertão - Isadora Cruz
Reprodução / Globo

Agora há o conflito raso da mocinha indignada com a vingança do seu amado. Porém, o protagonista quer se vingar do quê? Ele não sabe até hoje que Tertulinho tentou matá-lo.E castigar Tertúlio (José de Abreu) porque seu falecido pai foi demitido pelo coronel beira o ridículo. É difícil explicar qual o enredo que Mar do Sertão está contando. Talvez nem o autor saiba…

Em baixa

Mar do Sertão - José de Abreu
Reprodução / Globo

Os três folhetins atuais da Globo vêm decepcionando no quesito roteiro. A melhor novela inédita da emissora é Todas as Flores, de João Emanuel Carneiro, exibida exclusivamente no Globoplay.

Já o trio que vem ocupando a grade da líder – incluindo Cara e Coragem e Travessia – não está com muita história para contar. Uma pena.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor