André Santana

A costumeira falta de planejamento da dramaturgia da Record está fazendo a concorrência sorrir de orelha a orelha. Com o fim de mais uma temporada da insossa Reis, a emissora achou que seria uma boa ideia reprisar Jesus (2018) – é a quarta exibição da trama bíblica em quatro anos – e se deu mal. O repeteco derrubou os índices de audiência da emissora e beneficiou a concorrência.

Jesus - Dudu Azevedo

Com a volta da novela estrelada por Dudu Azevedo (foto acima), Poliana Moça, no SBT experimentou um aumento em seu público. E até mesmo o Faustão na Band, que não vive uma fase muito auspiciosa, conseguiu anotar um recorde de audiência. Seus executivos agradecem a decisão de Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo e diretora de teledramaturgia da Record.

Poliana encosta

Poliana Moça

Jesus reestreou na noite de terça-feira (6) derrubando a audiência do horário. A trama entrou no ar com 5,7 pontos no Kantar Ibope Media, o que representou uma queda de 18,6% nos índices.

Com isso, Poliana Moça encostou na concorrência. A novela do SBT cravou 5,4 pontos no Ibope. Ou seja, ela se manteve na terceira colocação, mas com uma diferença menor do que 1 ponto. Isso não acontecia quando Poliana batia de frente com Reis.

Faustão explode

Faustão na Band
Reprodução / Band

Mas quem se beneficiou mesmo da mudança de grade da Record foi o Faustão na Band. Se o programa de Fausto Silva raramente ultrapassa os 2 pontos em “dias normais”. desta vez a coisa foi diferente. Na quarta-feira (7), o programa de auditório anotou nada menos que 4,1 pontos, seu melhor desempenho dos últimos cinco meses.

Faustão foi tão bem neste dia que até beliscou o terceiro lugar no ranking das emissoras. Na concorrência com Cúmplices de um Resgate (2015), do SBT, o programa conseguiu ultrapassar o canal de Silvio Santos por um minuto. Parece pouco, mas se trata de um crescimento considerável.

Concorrência agradece

Jesus - Dudu Azevedo

Ou seja, apostar em uma nova reprise de Jesus em tão pouco tempo foi mais uma bola fora da Record.

A emissora, por falta de planejamento, não consegue manter uma produção contínua de teledramaturgia e precisa recorrer a reprises com muita frequência, o que afeta sua audiência. Sorte dos concorrentes.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor