Entidades desaprovam projeto de SBT, Record e RedeTV! que teve benção de Bolsonaro
25/10/2020 às 16h16
Rivais na disputa pela audiência, mas parceiras na produção de conteúdo. Conforme o TV História divulgou na semana passada, algumas das afiliadas da Record, do SBT e da RedeTV! se uniram em uma iniciativa inédita para novos produtos jornalísticos e formaram a RRN: Rede Regional de Notícias. A novidade, por sinal, já foi apresentada até mesmo ao presidente Jair Bolsonaro.
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A RRN funcionará no mesmo molde de algumas das agências de notícias mais renomadas do mercado, como a Reuters. A nova empresa irá produzir conteúdos transmídia envolvendo os três poderes da República, mas com foco para as necessidades de mercados fora do eixo Rio-SP.
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Inicialmente, os conteúdos produzidos pela Rede Regional de Notícias serão oferecidos sem custos para as emissoras locais de rádio e televisão que quiserem se unir ao projeto, idealizado por quatro canais do sul do país: a RIC (Record do Paraná), a NDTV (Record de Santa Catarina), a Rede Massa (SBT do Paraná) e a TV Pampa (RedeTV! no Rio Grande do Sul).
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No entanto, após a divulgação do projeto, algumas entidades soltaram notas para comentar a iniciativa.
Maria José Braga, presidente da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), demonstrou preocupação. “O fato de essas empresas irem ao ministro das Comunicações, irem ao presidente da República, dá a entender que há intenção de fazer um alinhamento com o Governo Federal. Isso, do ponto de vista da democracia, é bastante grave. Porque o jornalismo tem a função de levar informação crítica à sociedade, e não aplaudir este ou aquele governo. Essa articulação empresarial significa menos diversidade e menos pluralidade na informação”, comentou, de acordo com nota publicada pelo boletim Jornalistas & Cia.
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Na mesma publicação, Mariana Martins, do Intervozes, enfatizou que “um projeto que precisa da bênção do presidente e do ministro já começa errado. Os porta-vozes chegam a falar em produzir notícias ‘sem filtro’. Só que já existe a comunicação governamental e institucional para fazer isso. O papel da mídia comercial deveria ser outro”.