Emissoras abusam da venda de horários; entre as grandes, Band e RedeTV! são as campeãs

Neste momento de crise em que o Brasil se encontra, temos acompanhado inúmeras matérias de demissões em massa em várias redações espalhadas pelo país que, evidentemente, são sentidas pelos canais menores. Entretanto, um detalhe vem me assustando, principalmente na Band e suas afiliadas.

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De segunda a sexta-feira, durante a parte da manhã e também da tarde (até às 16h), a Rede Bandeirantes permite que suas afiliadas produzam conteúdos locais (como telejornais ou programa de esporte). Mas, o que na verdade vemos, é uma enxurrada de programas com produção independente voltado para igrejas, games e conteúdos aleatórios.

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E quando chega sábado e domingo, isso triplica. O que mais vemos aparecer é um slide escrito “Este programa é uma produção independente, de responsabilidade de seus idealizadores”. Neste domingo (28), esperando o início da transmissão da Fórmula Indy, este slide, em um espaço de uma hora, apareceu três vezes.

Agora, vem as perguntas para o motivo dessa coluna: por que tanta produção independente e para onde esse dinheiro está indo? Bom, se pararmos para pensar, essa duas perguntas são poucas para tanto questionamento.

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Recentemente, foi anunciando que a emissora paulista passa por um momento econômico muito ruim e que isso talvez seja o motivo para vender tantos horários e sanar essas dividas. Pode até fazer sentido, falando da parte econômica, mas quem sai perdendo muita das vezes é o telespectador.

Posso citar como exemplo a Band Minas, que às 7h da manhã ao invés de transmitir o Café com Jornal, optou por vender seu horário para a Igreja Universal do Reino de Deus. O mesmo acontece das 13h às 16h, totalizando em média quatro horas dedicadas a conteúdo independente (leia-se religioso).

O meu amigo Juan Romero já escreveu aqui no TV História sobre este assunto relacionado ao número de canais (e programas) de cunho “religioso” demasiado que não possuí nenhuma fiscalização da ANATEL.

Mas voltando ao nosso assunto e a segunda pergunta, para onde o dinheiro dessa venda de horário está indo? Em parte ela foi respondida (quitação de dividas), porém depois dessa crise isso pretende continuar? Em minha opinião, sim.

Infelizmente, na cultura de vários canais de TV, é bem mais fácil ceder o horário para uma igreja ou uma produtora independente do que produzir um jornal local. O telespectador que quer se informar, divertir-se ou até mesmo ver uma produção local continuará de “mãos atadas”.

De certa forma, isso deveria ser regulado pelos órgãos competentes, entretanto nessa parte vemos uma omissão gigantesca, até pelos próprios canais de televisão, que deveriam repensar isso às vezes.

As redações estão cada vez mais vazias e a única forma de lucrar com TV é repassando seus horários a terceiros. Mas fica aqui, uma forma de repensar essa fórmula, e considerar principalmente a pessoa que está com controle remoto nas mãos.


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