Finalmente chegamos ao fim de mais uma edição do Big Brother Brasil. A décima sétima de um formato que chegou ao Brasil em 2002 e que parecia não se esgotar de forma alguma, para o bem ou para o mal.

Foi uma décima sétima edição exaustiva e extremamente nociva, no pior sentido que a segunda palavra pode oferecer. Começamos achando que o programa iria ser muito bom, por conta da seleção do time, que, de fato, trazia tipos diferenciados.

Nas três primeiras semanas, nos decepcionamos, certamente. De fato, os tipos prometiam bastante. Mas só prometiam. A maioria mais falou do que fez – principalmente nomes como Roberta, Gabriela Flor e Antônio. A ideia de colocar um casal de gêmeos antes de começar para valer o programa foi boa no papel, mas péssima na execução.

Aliás, em vários momentos, a direção do programa quis ser “diferentona”, mas quebrou a cara. A ideia de colocar, por exemplo, a final de um BBB numa quinta, em véspera de feriado, me perece bem estranha. Seria melhor, até mesmo por uma questão de costume, terminar o programa na terça – e a edição arrastada desde segunda para cá prova isto.

No fim das contas, o programa será lembrado por um grande escândalo, provocado por uma direção que, em todo o tempo, se mostrou conivente com muitas coisas que aconteciam. A maior delas foi dizer que apenas estava preocupada com a relação entre Emilly e Marcos.

Vendo as imagens das discussões, era notório que havia ali uma agressão. Não era preciso, de forma alguma, uma delegada de Polícia ir à Globo e dizer que havia indícios. O telespectador merecia ser poupado da edição mais pesada e forte de um reality show no Brasil.

Mesmo com os pesares, temos uma final que vai atrair a atenção do telespectador, sem sombra de dúvidas. Um fato: Emilly é a grande favorita. Em muitos momentos, para o bem e para o mal, levou à edição nas costas e foi ajudada pela direção, que percebeu o erro na montagem de elenco e notou que ela era a única boa personagem ali.

Mas nos últimos dias, com merecimento, Vivian tem ganhado uma dianteira muito grande. O seu comportamento com Emilly na saída de Marcos foi uma coisa impressionante de se ver. Mostrou uma mulher esclarecida, inteligente, culta, sabendo do seu papel naquele momento.

Acima de tudo, Vivian se mostrou muito humana. E tudo o que faltou nesta edição do Big Brother Brasil foram participantes humanos. Vimos de tudo, inclusive pessoas que pareciam fazer de tudo para ganhar R$ 1 milhão. Menos gente humana.

Só por mostrar isso – e lembrar que é possível ter humanidade num jogo extremamente doido, Vivian merece ganhar. Com todo respeito à Emilly, que, de fato, chegou longe, mas alguém como ela, por mais planta que tenha sido durante todo o jogo, merece levar o prêmio. Se isso acontecer, será disparada a maior virada de jogo que o BBB já viu.

Ao fim desta noite, teremos uma nova milionária no Brasil. Será legal se for quem eu quero. Mas se não for, tudo bem. O Big Brother é um jogo divertido. Mas lembrem-se: não percam as suas cabeças por ele, crianças. É um programa de TV. É entretenimento, acima de tudo. E entretenimento não é feito para se levar tão à sério.


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