Abrindo o ciclo de premiações de teledramaturgia, o Melhores do Ano do Domingão do Faustão promoveu sua 22ª edição neste domingo, dia 10. Jocosamente chamado de Melhores da Globo, o Troféu Domingão, como esperado, consagrou a novela A Força do Querer, grande sucesso de Glória Perez, que caiu na boca do povo, fazendo “renascer” o então combalido horário das nove. No entanto, algumas premiações não saíram como o esperado.

A surpresa geral foi na categoria de Melhor Atriz. Juliana Paes, Paolla Oliveira e Letícia Colin foram merecidamente indicadas por seus desempenhos impecáveis como a bandida Bibi, a policial Jeiza e a princesa Leopoldina de Novo Mundo. O quadro parecia favorável à Juliana, pela grande fase que vive em sua carreira e pela mobilização que Bibi provocou. Porém, surpreendendo a todos, Paolla foi a escolhida.

A decisão provocou reações de decepção – totalmente compreensíveis. Afinal, Ju Paes trouxe o melhor desempenho do ano em televisão e se entregou de uma forma raramente vista, portanto, era a que, obviamente, mais merecia ser premiada. No entanto, não dá pra dizer que a vitória de Paolla foi de todo injusta. A atriz, durante parte de sua carreira, carregou a pecha de “mocinha insossa”, ganhando a chance de se reinventar nos últimos anos e, agora, interpretou a heroína mais completa de sua trajetória: uma mulher moderna e sensual, policial competente e lutadora sonhadora. Foi um de seus melhores papeis.

Bem como a vitória de Marco Pigossi sobre Vladimir Brichta, em Melhor Ator. O intérprete do roqueiro Gui Santiago em Rock Story, ótima novela das sete exibida esse ano, voltou às novelas em grande estilo, com um personagem super complexo e cheio de camadas, o que o faria ser o maior merecedor da categoria.

Mesmo assim, o prêmio está em boas mãos com Pigossi, que transformou Zeca, um personagem que tinha tudo pra ser igual aos mocinhos chatos que interpretou nos últimos anos, no melhor perfil de sua carreira. Muito mais merecedor que Rodrigo Lombardi, apenas correto como Caio – e cuja indicação deveria ser de Caio Castro, pelo Dom Pedro na mesma Novo Mundo.

Injusta foi a vitória de Débora Falabella no prêmio de Atriz Coadjuvante, bem como as ausências de nomes como Vivianne Pasmanter, Maria Fernanda Cândido, Ingrid Guimarães e Ana Beatriz Nogueira. Sem desmerecer Débora, que esteve ótima como a vilã Irene, porém, a personagem se perdeu e não foi a grande vilã que se esperava. Elizângela, que concorria como Aurora (a sofrida mãe de Bibi), deveria ter sido reconhecida, ainda mais que finalmente voltou a ser valorizada como deveria. Zezé Polessa, como a divertida Edinalva, completou as indicações.

Porém, não houve apenas surpresas negativas. Na premiação de Ator e Atriz de Série, foi agradável demais ver os protagonistas de Sob Pressão, Júlio Andrade e Marjorie Estiano, como vencedores. O casal viveu personagens muito densos na melhor série do ano e a vitória dos mesmos é a consagração de um produto impecável, que deixou saudades e merece vida longa na grade da emissora.

No mais, várias outras premiações saíram como o esperado. Emílio Dantas, intérprete do bandido Rubinho, ganhou merecidamente em Melhor Ator Coadjuvante; João Bravo foi escolhido Melhor Ator Mirim por sua maturidade e emoção como Dedé; Jonathan Azevedo e Carol Duarte foram os vencedores em Ator e Atriz Revelação, respectivamente; e Sandra Annenberg foi escolhida em Melhor Jornalista. Em Comediante, Lucas Veloso foi o vencedor pelo Didico da reedição de Os Trapalhões, porém, Welder Rodrigues merecia mais pelo divertido Jorge Bevilacqua do Jardim Urgente, um dos melhores quadros do divertido Tá no Ar.

Já a categoria de Personagem do Ano, que no ano passado foi justa com as indicações de Encarnação (Selma Egrei em Velho Chico) e Pancrácio (Marco Nanini em Êta Mundo Bom, o vencedor), desapontou agora. Foram escolhidos Abel (Tonico Pereira), Eurico (Humberto Martins) e Silvana (Lília Cabral) – a vencedora. Ótimos papeis brilhantemente vividos, mas não a ponto de serem premiados. A categoria poderia quebrar a lógica e indicar nomes como Elvira (Ingrid Guimarães), Germana (Vivianne Pasmanter) e Ritinha (Isis Valverde).

Nas categorias musicais, nenhuma surpresa. Luan Santana e Ivete Sangalo, recordistas de prêmios, faturaram mais uma estatueta em Melhor Cantor e Cantora, respectivamente. Em Música do Ano, a escolhida foi K.O., de Pabllo Vittar.

Com tudo isso, uma coisa ficou clara: já estava na cara que A Força do Querer iria levar todos os prêmios principais de atuações em novelas, mesmo com a decepção das derrotas de Juliana Paes e Elizângela. Portanto, não precisava ter indicado mais gente do que devia, deixando em segundo plano tramas como Novo Mundo, Rock Story e Malhação?-?Viva a Diferença (que nem sequer entrou para a pré-seleção).

Vencedores:
Ator: Marco Pigossi (Zeca de A Força do Querer)
Atriz: Paolla Oliveira (Jeiza de A Força do Querer)
Ator Coadjuvante: Emílio Dantas (Rubinho de A Força do Querer)
Atriz Coadjuvante: Débora Falabella (Irene de A Força do Querer)
Ator Revelação: Jonathan Azevedo (Sabiá de A Força do Querer)
Atriz Revelação: Carol Duarte (Ivana/Ivan de A Força do Querer)
Ator/Atriz Mirim: João Bravo (Dedé de A Força do Querer)
Ator de Série: Júlio Andrade (Dr. Evandro de Sob Pressão)
Atriz de Série: Marjorie Estiano (Dra. Carolina de Sob Pressão)
Comédia: Lucas Veloso (Didico no remake de Os Trapalhões)
Jornalismo: Sandra Annenberg (Jornal Hoje)
Personagem do Ano: Silvana (Lília Cabral em A Força do Querer)
Cantor: Luan Santana
Cantora: Ivete Sangalo
Música do Ano: K.O. (Pabllo Vittar)


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